Reconstituiu um Pé Decepado
Um
jovem chamado Leonardo confessou-se com o Santo e contou-lhe que,
levado pela cólera, havia dado um pontapé em sua mãe. Frei Antônio, para
fazê-lo compreender a gravidade do pecado que cometera, disse-lhe: "Teu
pé bem que merecia ser cortado". Essas palavras impressionaram tão
fortemente o jovem, que este,chegando em casa, aterrorizado com o que
fizera, cortou fora o pé. Na hora em que caiu ao chão, fez um ruido tão
grande que sua mãe correu para ver o que estava acontecendo. Horrorizada
com a cena e por saber as razões pelas quais o filho assim procedera,
correu em busca de Frei Antônio, que foi apressadamente à casa do rapaz.
Comovido pelo estado em que o encontrou, quase à beira da morte pelo
sangue perdido, animou-o a ter confiança em Deus. O rapaz e o Santo
pegaram o pé cortado, recolocaram-no e imediatamente foi restaurado.
Ficou tão perfeito como se nunca houvesse sido cortado, com apenas
pequena cicatriz no lugar do golpe para testemunho do grande milagre
realizado.
Morto Falou em Defesa do Pai de Frei Antonio
Um
rapaz foi assassinado perto da casa de Martinho de Bulhões, pai de
Santo Antonio. Os assassinos levaram o corpo para o quintal de Martinho
e ali o enterraram, sem que o proprietário do terreno soubesse. Mais
tarde, foi descoberto pela Justiça o corpo na casa do infeliz fidalgo e
este foi acusado pelo crime. Diante dos gravíssimos indícios de sua
culpa, permaneceu quinze meses preso e, finalmente, estava sendo julgado
e seria com certeza condenado à morte.
Frei
Antônio foi misteriosamente avisado do perigo que ameaçava seu pai.
Santo Antonio foi imediatamente pedir ao Guardião do convento que o
deixasse ausentar-se de Pádua por pouco tempo. Assim que foi autorizado,
viu-se transportado num instante à Lisboa, indo direto ao tribunal e,
depois de beijar a mão de seu pai em sinal de respeito, tomou a sua
defesa. Os juízes ficaram impressionados com o aparecimento daquele
inesperado advogado e com a segurança com que ele falava, mas não se
convenceram da inocência do réu, tantas eram as provas que tinham de sua
culpa.
Faltando
testemunhas de defesa, Santo Antônio apelou para o depoimento da
vítima. Os assistentes, surpresos com a estranha proposta, começaram a
rir. Mas Frei Antônio insistiu e os juízes levados pela curiosidade,
consentiram que ele chamasse o morto como testemunha da defesa. Chegados
à sepultura do falecido, o Santo ordenou que a abrissem e chamou o frio
cadáver em voz alta, ordenando-lhe em nome de Deus que dissesse aos
juízes a verdade sobre o seu assassinato.
Imediatamente
o morto levantou-se como se estivesse vivo e respondeu com voz sonora
que Martinho de Bulhões era inocente e não estava manchado pelo seu
sangue. Em seguida, deitou-se na sepultura. Santo Antonio, depois de se
despedir do pai, desapareceu. Ficaram os juízes e a assistência
assombrados com o milagre que acabavam de presenciar. O nobre Martinho
de Bulhões, graças ao seu santo filho, teve sua vida salva. Os
verdadeiros culpados foram descobertos.
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