CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

SANTA CLARA DE ASSIS

  Santa Clara de Assis (1194 - 1253)
Santa Clara, nasceu em Assis, na Itália, filha de  pais ricos e piedosos. O nome de Clara foi-lhe dado em virtude de  uma voz misteriosa que a mãe Hortulana ouviu, quando, antes de dar à luz a filha, fazia fervorosas orações diante de um crucifixo.  “Nada temas! – disse aquela  voz – o fruto de teu ventre será um grande lume, que iluminará o mundo todo”.   Desde pequena,  Clara era em tudo bem diferente das companheiras.  Quando meninas dessa idade costumam achar agrado nos brinquedos e bem cedo revelam também qualidades  pouco apreciáveis,  Clara fazia exceção à regra.  O seu prazer era rezar, fazer caridade e  penitência.  Aborrecia a vaidade e  as  exibições  e tinha aversão declarada aos divertimentos profanos.
Vivia naquele  tempo o grande Patriarca de Assis. São Francisco. A este se dirigiu Santa Clara, comunicando-lhe o grande desejo que tinha de abandonar o mundo, fazer o voto de castidade e  levar uma vida da mais perfeita pobreza. São Francisco  reconheceu em Clara uma eleita de Deus e  animou-a a  persistir  nas piedosas aspirações.   Depois de ter examinado e sujeitado a duras provas o espírito da jovem,  aconselhou-lhe abandonar a casa paterna e tomar o hábito de religiosa.  Foi num Domingo de Ramos, que Clara executou este plano, dirigindo-se à Igreja de Porciúncula, onde São Francisco lhe cortou os cabelos e  lhe deu o hábito de penitência.  Clara contava apenas 18 anos, quando disse adeus ao mundo e  entrou  para o convento das Beneditinas de Assis.

O procedimento estranho de  clara, provocou os mais veementes protestos dos pais e parentes, que  tudo tentaram , para tirar a jovem do convento.  Clara opôs-lhes firme resistência. Indo à Igreja, segurou-se ao altar e com a outra mão, mostrou aos pais a cabeleira cortada e disse-lhes: “Deveis saber que não quero outro esposo, senão a Jesus Cristo.  A este escolhi e  não mais o deixarei”.  Clara tinha uma irmã mais moça, de quatorze anos, de nome Inês.   Esta, não suportando a separação e  animada por Clara, poucos dias depois, abandonou também a casa e entrou para o convento onde Clara estava.  Com este gesto não se conformaram os parentes.  Ao convento,  foram  no intuito de obrigar a jovem a  voltar trazê-la à viva força para casa, fosse qual fosse  a resistência  que  encontrariam.

A resistência realmente foi,  tão resoluta da parte de Inês,  que tiveram de desistir das suas tentativas.  Também a ela  São Francisco deu o hábito religioso.  Apenas provisória podia  ser a estada das  duas irmãs no convento das  Beneditinas.    Francisco havia de dar, pois,  providências para colocá-la  em outra parte.

Adquiriu a  igreja de São Damião e  uma casa contígua para  as  novas religiosas, às quais,  logo se associaram a outras companheiras. Sob a direção de Clara, formaram estas a primeira  comunidade que, desenvolvendo-se cada vez mais, tomou a forma de  nova Ordem religiosa.  Esta Ordem, de origem tão humilde, tornou-se celebérrima na  Igreja Católica, a que deu muitas  santas e muito trabalhou e trabalha pelo  engrandecimento do reino de Cristo sobre a terra.  Obedecendo à Ordem de  São Francisco, Clara aceitou o cargo de superiora, e exerceu-o durante quarenta e dois anos.   Deu à Ordem  regras severas sobre a observância da pobreza.  Uma oferta de bens  imóveis,  feita pelo  Papa, Clara respeitosamente a recusou.  Não só na observação da pobreza, como também na  prática de outras virtudes,  Clara era modelo exemplaríssimo para as  suas filhas espirituais.  Grande lhe foi a satisfação, quando da própria mãe e de outras parentas recebeu o pedido de  admissão na Ordem.  Além  destas, entraram  três  fidalgas da casa Ubaldini na  nova Ordem das Clarissas.   Julgaram  maior honra associar-se à pobreza de Clara do que viver no meio dos  prazeres  dum mundo enganador.
Na prática  da penitência  e  mortificação,  Clara era de tanto rigor, que seu exemplo podia servir  mais de admiração do  que de imitação. O próprio São Francisco aconselhou-lhe  que usasse de  moderação, porque do modo de que vivia e  martirizava o corpo, era de recear que não pudesse  ter longa vida.

Severíssima  para consigo,  era inexcedível na caridade  para com o próximo. Seu maior prazer  era servir aos enfermos. Uma das virtudes que se lhe observava, era o grande  amor   ao Santíssimo  Sacramento.  Horas inteiras do dia e  da noite, passava  nos degraus do altar.  O SS. Sacramento era seu refúgio, em todos os perigos e dificuldades.

Aconteceu que  a cidade  de Assis fosse assediada pelos  sarracenos que,  a  serviço do Imperador Frederico II,  inquietavam a Itália.    Os guerreiros tinham  já  galgado o muro, justamente onde estava o convento das  clarissas.  A superiora, enferma, guardava o leito.  Tendo  notícia da invasão dos bárbaros no convento,  Clara levantou-se e, ajudada pelas filhas, dirigiu-se ao altar do SS. Sacramento, tomou nas mãos  a Sagrada Hóstia e assim,  munida de Nosso Senhor,  dirigiu-lhe o seguinte  apelo em voz  alta:  “Quereis, Senhor,  entregar aos infiéis estas  vossas  servas  indefesas que nutris com Vosso amor?  Vinde em  socorro de  vossas servas, pois não as posso proteger.”  Ditas estas palavras,  ouviu-se distintamente uma voz dizer: “Serei vossa proteção  hoje e sempre”. Os fatos provaram  que  não se tratava  de coisa imaginária. Dos sarracenos apoderou-se um pânico inexplicável;  grande parte deles  fugiu às pressas;  alguns,  que já haviam galgado o cimo do muro, caíram para trás.  Foi visivelmente a  devoção de Santa Clara ao SS.  Sacramento, que salvara o convento e  a  cidade, do assalto do inimigo.  Outros muitos milagres fez  Deus por intermédio de  sua  serva, que a  estreiteza de espaço não nos permite narrar.

Clara contava  sessenta anos, dos  quais  passara  28   anos  sofrendo grandes  enfermidades.   Por maiores que lhe fossem as  dores, nenhuma queixa lhe saía da boca.  Na meditação da sagrada Paixão e Morte  de Nosso Senhor achava o maior  alívio. “Como passa  bem depressa  a noite, dizia,  ocupando-me com a Paixão de Nosso Senhor”.  Em outra ocasião, disse: “Homem haverá que se queixe, vendo a  Jesus derramar todo o seu sangue na Cruz?  Sentindo a  proximidade da  morte,  recebeu os Santos Sacramentos e  teve a  satisfação de  receber a visita do Papa Inocêncio IV, que lhe concedeu uma indulgência plenária.  Quase  agonizante, disse ainda estas palavras:  “ Nada temas, minha  alma;   tens boa companhia na tua passagem  para a eternidade. Vai em paz, porque Aquele que te criou, te santificou, te guardou como a mãe ao filho, e te amou com grande ternura.  Vós, porém,  meu Senhor e meu Criador, sede  louvado e bendito”.   Esta visão lhe apareceram muitas virgens, entre as quais  uma de extraordinária beleza, que lhe vieram ao encontro para leva-la ao céu.   Santa Clara morreu em 12 de agosto de 1253, mais em conseqüência do amor divino, do que da doença  que a martirizava.  Foi em atenção aos  grandes e numerosos milagres que se lhe observaram no túmulo, que o Papa Alexandre IX, dois anos depois,  a canonizou.

 Reflexões:

“Haverá quem se queixe, vendo a  Jesus Cristo na cruz,  coberto de  sangue? “ .
A meditação da Sagrada Paixão e Morte de  Jesus Cristo,  dava  força  à Santa clara, para sofrer  com paciência as  dores  da doença.  A mesma meditação, produziria em ti o mesmo efeito, se em teus  sofrimentos te quisesses  lembrar das dores que  Jesus Cristo sofreu por amor.   Jesus  era  inocente e sofreu mais  que um homem jamais  sofreu e poderá sofrer.   Tu, que não és inocente,  nada queres sofrer? Jesus aceitou a cruz e a dor; e da boca não lhe saiu uma palavra de queixa.  Não deverás imitar também este exemplo de teu Salvador?  Considerações desta espécie,  nos dias do sofrimento, fazem milagres.  “Quem se  lembra da Sagrada Paixão de Jesus Cristo, sofre tudo com paciência, por  mais doloroso que seja”,  diz  São Gregório.

Santa Clara teve uma grande  devoção ao Santíssimo Sacramento.  Aos pés do altar, procurava e achava alívio,  consolação e auxílio.  Se tivesses devoção igual a Jesus Eucarístico, os mesmos efeitos  poderias  experimentar.  Se Nosso Senhor  andasse entre nós, como andou na terra da Palestina, cheio de confiança  a Ele  te dirigirias , certo de alcançar de  sua bondade  o que desejasses.  Que diz a nossa  doutrina dobre o Santíssimo Sacramento? Não é  real  a presença de Jesus  Cristo na Hóstia consagrada?  Pois se é esta a tua fé, porque te portas como se não acreditasses nesta verdade?  Se está presente no Santíssimo Sacramento,   então é o mesmo que fez ressuscitar o mancebo de Naim,  a  filha de Jairo e  Lázaro.  Se Jesus  está no Santíssimo Sacramento, então entre Ele  e  Aquele que  fez  a  multiplicação dos pães, não há diferença nenhuma. Não deve, portanto, ser outra a tua fé.  Porque não procuras Jesus no Santíssimo Sacramento, quando a tua alma se  vê  atribulada, quando a dor te oprime o coração?   Se aos homens abres o coração e em suas  palavras buscas  consolo e conforto, porque não fazes  a  Jesus tuas confidências?  Procura o Santíssimo Sacramento, aviva tua fé neste mistério da nossa Religião e,  como Santa Clara, encontrarás quem te console, proteja e defenda.

Beata Imelda Lambertini ( 1322 - 1333)
Patrona das Primeiras Comunhões
Imelda Lambertini nasceu na cidade de Bolonha, Itália, no ano de 1322,  num ambiente de muita fé e  piedade. Desde tenra idade, assimilou com especial afeição a primorosa educação recebida. Seu amor a Deus, sua conduta incomum no dia a dia chamava muito a atenção dos pais. Era de fato, uma menina muito especial. Os jogos infantis não lhe agradavam como a oração. Costumava esconder-se nos locais mas ocultos da casa para aplicar-se a ela.  Sua mãe, sempre a encontrava ajoelhada e rezando, quando sentia falta da  filha em casa. 
Ao completar 9 anos de idade a menina pede insistentemente para ingressar no Convento das Irmãs  dominicanas, porém, a Madre superiora de todas as  formas tentou persuadi-la a esperar, pois que a idade ainda não permitia que fosse admitida entre as irmãs do convento. 
Como a insitência de Imelda tornou-se constante,  a Madre, que conhecia seus pais, indagou se não estava feliz por ter pais maravilhosos e boas condições de vida em casa,   tendo ela prontamente respondido que estava sim,  muito feliz, que amava sua família,   mas que as irmãs tinham algo a mais que lhe atraía muito: "Nosso Senhor".  Era a devoção à Santíssima Eucaristia que verdadeiramente lhe encantava e  lhe enchia a alma de amor e devoção.  Finalmente, a Madre chamou seus pais e lhes pediu permissão para que Imelda fosse admitida, pelo menos à título de experiência,  já que o desejo ardente de ingressar no convento era já notório também para seus pais. Apesar de entristecidos,  percebiam que Deus reservara algo de extraordinário para a pequena filha.  Por isso,  acabaram aceitando a proposta da Reverenda e consagraram-na a Deus.
Consumado seu ingresso, tudo lhe era motivo de encanto,  os momentos de  oração, o hábito das Irmãs,  o silêncio.  Era muito amada por elas que tentavam privá-la dos serviços e  da rigidez da regra, mas  nada adiantava,  pois queria acompanhar as irmãs em tudo, participando plenamente e  auxiliando nos trabalhos monásticos no convento.   A Madre pedia que não a acordassem durante as orações noturnas,  mas Imelda levantava-se no meio da noite e percorria os grandes salões do convento, caminhando e rezando silenciosamente as  matinas.  
A visita ao Tabernáculo fazia sua alma transbordar de alegria. Só a pronúncia de qualquer assunto relacionado a Eucaristia,  fazia com que seu rosto se transfigurasse instantaneamente.  Ela desejava ardentemente receber a Santa Comunhão.  Nessa época, as crianças não podiam receber a Primeira Comunhão com idade inferior a 12 anos.  Tal qual sua insistência para ingressar no convento,  Imelda pede a graça de receber Jesus, mesmo que não tivesse completado a  idade.  Pedia isso com fervor tão intenso, que as irmãs comoviam-se  pelo desejo que a pequenina nutria em receber o Senhor na Eucaristia. Mas isto ainda não lhe era possível, conforme as normas da Igreja. 
Assim, aceitou com resignação os argumentos das Irmãs. Porém, à medida que o tempo passava, crescia mais e mais nela o desejo de receber Jesus Sacramentado. No ano de 1333, tinha ela  completado 11 anos de idade  quando, depois da Santa Missa,  a última freira que saiu da capela observou que a pequena Imelda, como de costume,  lá permaneceu sozinha rezando mais um pouco.  Só que desta vez, a freira percebeu algo extraordinário: uma Hóstia flutuava acima dela e lhe projetava uma luz branca. Rapidamente esta irmã chamou as outras monjas e todas  prostraram-se diante deste milagre.  A Madre,   constatando que tratava-se de manifestação real de Deus para que a menina recebesse a Primeira Comunhão,  chamou o pároco.  Ao chegar com a patena de ouro nas mãos, o padre admirado, dirigiu-se até à Hóstia.  Assim que aproximou-se da menina ajoelhada, a  Hóstia pousou sobre a patena!.  Assim foi-lhe administrada a Primeira Comunhão. Em seguida,  vagarosamente Imelda baixou a cabeça em oração.  
Imelda permaneceu assim, diante das irmãs por um tempo demasiadamente longo.  Isto fez com que a Madre fosse até ela,  que a nada respondia.  Tentando levantá-la cuidadosamente pelos ombros, a menina caiu em  seus  braços,   trazendo no rosto uma expressão delicada, de inexplicável alegria.  Havia partido para o Céu naquele sublime momento.  A alegria de receber Nosso Senhor foi demais para o pequeno coração que ardia pela presença real de Cristo na Eucaristia.  Certa vez, Imelda já havia dito às Irmãs: "Eu não sei porque as pessoas que recebem Nosso Senhor não morrem de alegria".  
A pequena Imelda Lambertini foi beatificada em 1826 pelo Papa Leão XII, e foi proclamada Patrona das Primeiras Comunhões em 1910 pelo Papa São Pio X.  Foi neste ano que foi declarado que as crianças menores de 12 anos poderiam receber a Primeira Comunhão.
Até hoje, seu pequeno corpo se encontra intacto, depois de mais de 670 anos, numa redoma de cristal, na Igreja de São Sigismondo, em Bolonha.
 Reflexões:

A meditação da história da  pequena Imelda, traduz o pleno conhecimento, o cristalino panorama que uma menina de apenas 11 anos tinha sobre as  verdades  divinas.  Visão tão clara que Imelda não entendia como as pessoas não morriam  ao receber Jesus na Eucaristia.   São Tomás de Aquino, a respeito desse amor eucarístico, certa vez declarou:  
"O Martírio não é nada em comparação com a Santa Missa. Pelo martírio, o homem oferece a Deus a sua vida;  na Santa Missa, porém,  Deus dá o seu Corpo e o seu Sangue em sacrifício para os homens. Se o homem reconhecesse devidamente esse mistério, morreria de amor".

Amolece, Senhor, o nosso coração petrificado.  Aclara, Senhor, nossa visão, obscurecida pelas ilusões mundanas. Abre nossa mente, Senhor, para que possamos compreender a sublimidade da Eucaristia. Tende piedade de nós, Senhor, pela nossa indiferença na fila da Comunhão.  Aproxima-nos, Senhor, do sacramento da Penitência, para que possamos Te receber com a casa limpa, livre das imundícies que todos os dias deixamos agregar à alma.  Não permitais, jamais, Senhor, que Te recebamos indignamente. Piedade, Senhor, piedade de nós e da humanidade inteira.  Te adoramos na Eucaristia e imploramos, por intercessão de Maria, que o Pão do Céu seja para nós SEMPRE:  alimento espiritual, remédio para a alma,  força na luta contra o mal, consolo nas tribulações e  proteção constante na caminhada terrena. Amém!

 Santa Luiza de Marillac ( 1591-1660)
Luiza de Marillac nasceu em Paris a  12 de agosto de  1591.  Muito jovem ainda, teve o pesar de perder a mãe. O pai, Luiz de Marillac, senhor de Ferrières, proporcionou-lhe uma educação esmeradíssima e  eminentemente cristã, que a preparou para  a  sua missão providencial. 
Já se  havia dedicado à prática de  uma  vida toda de  caridade, quando um dia lhe escreveu São Vicente de Paulo, ao saber  que ela  visitara em Paris, uma pessoa  atacada da peste:  "Nada receieis, Madmoiselle,  Deus quis servir-se de vós para alguma coisa que visa a sua glória e  estou certo de que ele vos conservará para este fim". Visivelmente se realizaram estas  palavras proféticas, pelo posterior  desenvolvimento grandioso da Congregação das Irmãs da Caridade, hoje  conhecida  em  todas as partes do mundo.
Em 1613 contraiu matrimônio com Antônio le Gras, secretário da rainha Maria de Médici. Deus deu ao  piedoso casal um filho que,  pelas suas virtudes, mostrou-se digno dos progenitores. Em 1625 a  morte lhe arrebatou o esposo.  Com coração e  resignação cristã,  sofreu este duro golpe, procurando alívio e consolo em Deus, a quem se consagrou inteiramente. Para oferecer a Deus um sacrifício mais perfeito e  assim garantir a  salvação de sua alma, decidiu dedicar-se inteiramente às  obras de caridade, decisão que teve o pleno consentimento do bispo de Belley, seu confessor. Não podendo ele  permanecer por muito tempo em Paris, confiou-a à direção de  São Vicente de Paulo, sobre a pessoa  do qual recebera ótimas informações de São Francisco de Sales.
Nas paróquias onde São Vicente de Paulo ou seus missionários pregavam as missões, fundavam confrarias de caridade, que se  recrutavam de piedosas  senhoras, cujo intuito era socorrer os pobres enfermos. São Vicente, vendo que era necessário dar a este movimento uma organização bem orientada, confiou a Luiza de Marillac a  missão de inspetora.  A piedosa senhora não só aceitou esta incumbência, mas dedicou-se à obra com um zelo admirabilíssimo. Os frutos deste trabalho não tardaram a aparecer. A humildade e dedicação da inspetora abriram-lhe os corações, e raros foram os casos de uma ou outra paróquia não querer aceitar-lhe a benéfica colaboração. Em muitos lugares, sua chegada foi festejada com grandes manifestações de  regozijo. No desempenho de sua missão, na nobre propaganda da caridade, se deixou guiar pelo genial apóstolo que era seu confessor. Embora fosse grande o desejo de ambos de  verem as confrarias fundadas e  prósperas todas as  paróquias, nada faziam, se o pároco se  mostrava contrário às suas idéias.  "Cedei,  escreveu São Vicente a  Luiza num caso, em que o pároco se opôs à fundação da confraria - "Cedei;  um só ato de submissão é como um belo diamante, que vale mais que uma montanha de pedras, isto é, de atos inspirados pela própria vontade". 
Nas visitas  que fazia às paróquias, Luiza bem depressa teve de convencer-se da dificuldade, se não da  impossibilidade, de acostumar as senhoras, principalmente as da alta sociedade, no serviço de dama de  caridade.  Cada vez mais clara lhe surgiu diante do espírito a  idéia de  fundar uma Congregação religiosa que, com mais ordem, dedicação e independência, pudesse  tomar a seu cargo a  obra de  caridade, como idealizava. Não faltaram elementos utilíssimos para realizar o plano. Em 1633, estava já formada uma pequena  comunidade, composta apenas de  quatro irmãs, com Luiza  como superiora.  Na festa da Anunciação da Santíssima Virgem, do ano de 1634, se consagraram por um voto ao serviço dos pobres e doentes. Esta data tão significativa e  até hoje de grande importância na Congregação das Irmãs de Caridade, sendo neste dia, se renovam todos os anos, os votos que as ligam a  Deus e aos infelizes. 
São Vicente de Paulo deu à jovem Congregação uma regra, cujo espírito é mais  uma prova de  alta competência do autor em matéria de  virtude e santidade. Às  filhas dava  como "mosteiro a  casa dos enfermos, como claustro as  ruas da cidade, como clausura a obediência, como grade o temor de Deus, como véu a santa modéstia".   Tiveram como divisa a palavra do Apóstolo "Caritas urget me" - a caridade me obriga. A nova instalação teve um incremento grandioso. 
Admirável foi a atividade de Luiza de Marillac. Quem a  conhecia, vendo-lhe o estado de  saúde tão precário, não podia compreender como lhe era possível dedicar-se a uma obra tão trabalhosa. O próprio São Vicente de Paulo  chegou à  dizer às Irmãs, que os últimos vinte anos da vida da Superiora, era um verdadeiro milagre. 
Quando em 1652 Paris foi visitada pela peste, Luiza de Marillac socorreu a  14.000 pessoas e  suas filhas  distribuÍram aos pobres o necessário sustento. Outras iam aos subúrbios tratar dos doentes. 
A pedido da  rainha Maria Gonzaga, a Congregação estabeleceu-se na Polônia. 
Luiza de Marillac via nos pobres e  doentes a pessoa de Jesus  Cristo, tendo em mente a Palavra do Divino Mestre:  "O que fizestes a um destes mais pequeninos, foi a mim que o fizestes".  Igualmente grande era o respeito ao Sumo Pontífice, a quem chamava de "Pai santo dos  cristãos e o verdadeiro tenente de Jesus Cristo".  Firme  na fé, fugia da heresia como da peste.  Cortou relações com a duquesa de Liancourt, sua amiga, por se ter esta deixado trair pela heresia jansenista.  Em outra ocasião, retirou as Irmãs  de um estabelecimento, porque das idéias jansenistas do vigário da paróquia, receava uma influência má sobre a fé das religiosas. 
Inspirada pela caridade,  procurava comunicar o mesmo espírito às suas filhas espirituais. Numa antiga crônica da Congregação se lê o seguinte tópico: " Madame tinha tanto respeito e devoção para com os pobres que, desde o início do estabelecimento de caridade, recomendou às suas filhas que os servisse com grande caridade e humildade, considerando-os como seus  senhores e amos;  por isso, queria que se lhes destinasse o "primeiro pedaço de pão  que se cortava para o almoço, e primeira ração de caldo que se servia para o jantar".  Ela mesma punha mãos à obra. Servindo os doentes, lavando-lhes os pés, pensando-lhes as  chagas e tratando-os com todo o carinho. Na visita às aldeias, ela própria  lecionava, para instruir as  professoras que ali constituía.
1660, Luiza de Marillac sentiu que sua vida aqui na terra ia findar-se.  A suprema consolação, que desde longos anos pedia a Deus, era de ser assistida no derradeiro momento pelo pai e guia de sua alma, Vicente de Paulo.  Deus não lh'a concedeu. Vicente de Paulo, de 85 anos, também prestes a deixar este mundo, só pode enviar-lhe a bênção e as seguintes palavras: "Madame, ides antes de mim;  espero em breve, rever-nos no Céu".   Ela recebeu a  Comunhão das mãos do vigário de Saint-Laurent, que a acompanhava no seu trânsito. Este, mais uma vez, lhe pediu que abençoasse as suas filhas.  Ela aquiesceu: "Queridas irmãs, disse-lhes ela, (resumindo nesse momento solene, o que havia sido sempre a paixão de  sua vida e o desejo supremo de seu coração), continuo a pedir a sua bênção para vós, e a graça de perseverardes na vossa vocação, a fim de servi-lo de maneira que ele  deseja de vós:  Cuidai bastante do serviço dos pobres e  sobretudo, vivei em  grande união e cordialidade, amando-vos  umas às outras a  fim de imitardes a  união e vida de Nosso Senhor, e  rogai com fervor à Santíssima Virgem, para que ela seja vossa única Mãe".  Acrescentou que morria, tendo em grande estima a vocação delas e que, se vivesse cem anos, não lhes pediria outra coisa que uma absoluta fidelidade a  esta santa vocação.  
Um  padre da Missão ocupava-lhe à cabeceira, o lugar de  Vicente de Paulo, não a deixando um instante. Ele  lhe ministrou a indulgência da  boa morte. Pelas 11 horas, ela fez baixar as  cortinas, como para se recolher e, desde então, não falou mais. Meio quarto de hora após, entregava docemente a  alma a Deus. Era segunda-feira, 15 de março de  1660. O vigário de Saint-Laurent, de sua paróquia, a quem ela fizera confissão geral, achava-se presente;  não pôde  deixar de exclamar, cheio de admiração: "Oh! que bela alma, leva consigo a graça do batismo!". 
Os funerais  foram muito simples.  Era necessário conformar-se à vontade expressa pela piedosa fundadora, que não lhe tributassem maiores honras que às Irmãs. "Agir de outra forma, dissera ela, seria declarar-me indigna de  morrer  como verdadeira  Irmã de caridade, embora não estime  nada de mais  glorioso que essa qualidade".  Foi inumada na igreja de Saint-Laurent, na capela da Visitação.  Os despojos mortais foram transferidos, mais tarde, para a capela da casa matriz das Irmãs de Caridade, 140, rue du Bac, Paris, onde hoje repousam. É esta a capela que foi honrada, em 1830, com a aparição da Santíssima Virgem e com a manifestação da Medalha Milagrosa. 
A mais preciosa deposição no processo de beatificação de Luiza de Marillac, será sempre o elogio que dela teceu São Vicente, em duas conferências feitas diante das Irmãs de Caridade, poucos dias depois da morte da Santa, conferências que ele quis proferir, apesar de sua enfermidade. 
Nestas  conferências, São Vicente louvou particularmente a  prudência sem par de Luiza de Marillac, a sua caridade e pureza.  Disse, entre outras coisas:  "Há pouco,  refletindo diante de Deus, eu dizia: Senhor, quereis que falemos de vossa Serva, pois é obra de vossas mãos;  e perguntava a mim mesmo:  Que viste nela, neste 38 anos que a conheceste, que viste nela?  Veio-me à memória a reminescência de  alguma sombrinha de  imperfeição;  mas, de pecado mortal, oh! nunca, nunca! Era uma alma pura em tudo, pura na mocidade, pura na viuvez.  Tínheis sob os olhos, minhas filhas, um belo modelo: Ei-la agora no Céu.  Lá, vossa boa mãe, não será menos bondosa para convosco que na terra.  Conquanto não se deva rogar publicamente aos mortos que ainda não foram canonizados, pode-se fazê-lo em particular;  por conseguinte, podeis  perfeitamente pedir a Deus graças pela sua intercessão".  
Beatificada pelo Papa Benedito XV, em 1920, foi elevada à suprema honra dos altares a  11 de março de 1934 pelo Sumo Pontífice Pio XI. 
Reflexões:
Quando  os sectários de  todos os  tempos,  e também os  negadores de Deus, querem ferir a Igreja Católica, focalizam seu ódio ao Papa;  e quando querem chasquear o que há de mais  delicado e comovente no heroísmo cristão, tomam por emblema a Filha da Caridade. Mas aqueles que se gloriam da divisa do filho de Deus, enchem-se de admiração diante daquela figura cândida, que representa um exército de bondade. 
O  comunismo,  cuja fogueira apagou-se em tempos recentes,  deixou rastros de grandes destruições, e dele  restam hoje apenas algumas brasas fumegantes, que tentam inutilmente reerguer-se em fogo. A tão divulgada  "partilha comunista", imposta de cima para baixo e atéia na sua dialética blasfematória, finalmente implodiu.  Insultaram os fiéis, afrontaram a Igreja, ultrajaram a Deus.  Sua propaganda fragorosa, disseminou a  fome, o extermínio, a  perseguição, a morte;  deu pedras a  quem lhe pedia pão.  As obras de São Vicente, de Santa Luiza de Marillac, de Frederico Ozanam, ao contrário, atravessaram os séculos com imponência e luta sem tréguas.  Transpuseram com galhardia os tristes períodos históricos, sempre resplandecendo com raios de um sol fecundo de vida e de graça.   Eis a  diferença entre a partilha mentirosa e a verdadeira caridade. Caridade que brota de baixo para cima, de irmão para irmão, de coração para coração.  
Não só as Filhas da Caridade, mas a cada católico, o Supremo Pastor das almas apresenta esta grandiosa mulher, apóstola daquela  virtude que ainda hoje de todas as outras, é a mais necessária:  A Caridade que emana do coração que vive da luz do Espírito Santo e do Redentor;  mas caridade ardente, operosa, ativa, real, perseverante, tal qual descreve São Paulo na sua Epístola aos Coríntios:  "A caridade é paciente, é benigna, não é invejosa, não é temerária , não se ensoberbece; não é ambiciosa, não busca seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal, tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo sofre" (1 Cor 13, 4-7)
Caridade! Pratiquemos a caridade como o Divino Redentor a praticou; como a praticaram São Vicente de Paulo, Santa Luiza de Marillac, glorificando a Deus e  vindo em auxílio ao pobre, ao necessitado, ao atribulado. Não pode haver afirmação mais prática e  sensível do nosso amor à Igreja e da nossa cooperação ao Reino de Cristo.

 Santa Maria Madalena de Pazzi (1566-1607)
Santa Maria  Madalena de Pazzi, filha de pais ilustres, modelo perfeito de vida e   santidade,  nasceu em Florença  no ano de  1566 . No batismo  foi chamada Catarina,  nome que no dia para a entrada no convento foi mudado para  Maria  Madalena.  É uma das eleitas do Senhor, que desde  a  mais tenra infância dera indícios indubitáveis de futura  santidade.  Menina ainda,  achava maior prazer nas visitas à Igreja ou na leitura da vida dos Santos. Apenas tinha sete anos de idade e já começava a fazer  obras de mortificação. Abstinha-se  de frutas, tomava só duas  refeições por dia, fugia dos divertimentos, para ter  mais tempo para ler  os santos livros, principalmente os  que  tratavam da sagrada Paixão e  Morte de Jesus Cristo. Assim se explica o grande amor a Jesus Cristo, que tantas  coisas  maravilhosas lhe operou na vida. Não tendo ainda a idade  exigida, não lhe  era permitido receber a sagrada  Comunhão. O desejo, entretanto, de  receber a Jesus na sagrada Hóstia era-lhe tão grande, que os olhos se  enchiam de  lágrimas, quando via outras pessoas aproximarem-se da santa mesa.  Com dez anos  fez a primeira  comunhão foi indescritível alegria  que recebeu, pela primeira  vez, o Pão dos  Anjos.  Ela mesma afirmou muitas  vezes que o dia  da Primeira  Comunhão tinha sido o mais belo de sua  vida. Logo depois da Primeira Comunhão, se  consagrou a Deus, pelo voto de castidade  perpétua.  
Quando contava  doze anos,  nos seus  exercícios  de mortificações, chegou a usar um hábito grosseiro e dormir  no chão,  a  por  uma coroa  de espinhos na cabeça e a castigar  por muitos modos o seu delicado corpo, manifestando assim o ardente desejo de  tornar-se cada vez mais semelhante ao Divino Esposo.  Quando diversos jovens se  dirigiram aos pais de Maria, para obter-lhe a mão,  ela pôde declarar-lhes: "Já escolhi um Esposo mais nobre, mais rico, ao qual serei fiel até a morte".  Vencidas  muitas dificuldades, Maria conseguiu entrada no convento das Carmelitas em Florença. Após a vestição, se prostrou aos pés da mestra do noviciado e  pediu-lhe que  não a poupasse  em coisa alguma e a ajudasse  a  adquirir  a  verdadeira  humildade. Tendo  recebido o nome de  Maria Madalena, tomou a grande penitente a resolução de  seguir  a  Jesus Cristo na prática de heróicas virtudes. No dia da Santíssima Trindade fez a profissão religiosa com tanto amor, que durante duas horas ficou arrebatada em êxtase.   Estes arrebatamentos repetiram-se extraordinariamente e Deus se  dignou de  dar à sua serva instruções salutares e  o conhecimento de coisas futuras. O fogo do divino amor às vezes ardia com tanta veemência que, para aliviá-la, era preciso que  lavasse as mãos e  o peito com água fria. Em outras ocasiões, tomava o crucifixo nas mãos e exclamava em voz alta: "Ó  amor!  Ó  amor! Não deixarei nunca de vos amar!"  Na festa da Invenção da  Santa Cruz percorreu os  corredores do convento, gritando com toda a força:  " Ó amor!  Quão pouco se vos conhece! Ah! Vinde, vinde ó almas e amai a vosso Deus!"  Desejava ter voz  de  uma força tal, que  fosse  ouvida até os confins do  mundo. Só uma  coisa queria pregar aos  homens:  "Amai a Deus!"  Maior  sofrimento  não lhe podia  ser causado, do que dando  a  notícia  de  Deus ter sido ofendido. Todos  os  dias  oferecia a Deus orações e penitências, pela conversão dos  infiéis  e pecadores e, às Irmãs, pedia que fizessem o mesmo. Na ânsia de salvar almas, oferecia-se a  Deus para sofrer todas as enfermidades, a morte e  ainda os sofrimentos  do inferno,  se  isto fosse  realizável, sem precisar odiar e amaldiçoar a Deus.  Em certa ocasião disse:  "Se Deus, como  a São Tomás de Aquino, me perguntasse  qual prêmio desejo como recompensa, eu responderia: 'Nada,  a não ser a  salvação das almas'  ". 
Os dias de  Carnaval eram para Maria Madalena dias de penitência, de oração e  de  lágrimas, para aplacar  a  ira de Deus  provocada pelos pecadores.  
Para o corpo era de uma dureza implacável;  não só o castigava, impondo-lhe o cilício, obrigando-o  a  vigílias, mas principalmente o sujeitava a  um jejum rigorosíssimo;  durante  vinte e dois anos teve por único alimento pão e água. 
Não menos provada  foi  sua alma;  Deus houve por bem mandar-lhe grandes provações. Durante cinco anos sofreu  ininterruptamente  os mais  rudes ataques de pensamento contra a fé, sem que por isso  se tivesse  deixado levar pelo desânimo.  Muitas vezes  se abraçava  coma imagem do crucifixo, implorando a  assistência da graça Divina. Nos últimos  três anos de vida, sofreu diversas enfermidades. Deus permitiu que nas dores ficasse privada  ainda de consolações espirituais. Impossibilitada de andar era forçada a guardar o leito. Via-se então um fato  extraordinário:  quando  era dado o sinal para a Missa ou Comunhão, ela  se levantava, ia ao coro e  assistia a Missa  toda. De volta  para a cela, caía de novo na prostração e imobilidade.  Quando lhe aconselharam  abster-se da  Comunhão,  declarou ser-lhe impossível, sem o conforte deste  Sacramento, suportar as dores.  No meio dos sofrimentos,  o seu único desejo era: "Sofrer, não morrer".  Ao confessor, que lhe falou da probabilidade de  um fim próximo dos  sofrimentos,  ela respondeu: "Não, meu padre, não desejo ter este consolo, desejo poder  sofrer  até o fim de minha vida". 
Quando os médicos lhe comunicaram a proximidade  da  morte, Maria Madalena recebeu os  sacramentos da Extrema Unção e  do Viático com uma fé, que comoveu a todos que estavam presentes como se fosse  grande pecadora, pediu a  todas as Irmãs perdão de suas faltas.  O dia  25 de maio de  1607 libertou-lhe a alma do cárcere  do  corpo. Deus  glorificou-a  logo, por um grande milagre.  O corpo macerado pelas  contínuas penitências, doenças, jejuns  e disciplinas, rejuvenesceu, exalava um perfume delicioso, que enchia toda a  casa.  Cinqüenta e seis anos depois, em 1663, quando se  lhe abriu o túmulo, foi-lhe encontrado o corpo sem o menor sinal de decomposição, percebendo-se  ainda o celeste perfume.  Beatificada  em 1626 pelo Papa Urbano VIII, foi inserta no catálogo dos Santos em 1669, pelo Papa Clemente IX.  
Reflexões
Maria  Madalena sofreu durante  cinco anos, as mais terríveis  tentações de  desespero, contra a fé e  a pureza;  clamando a Deus por socorro, com a graça   venceu  todas as dificuldades.  Satanás costuma molestar com tais tentações as pessoas que se dedicam ao serviço do Senhor. Diz São Gregório: "Se sois perseguidos por tentações,  não desanimeis. Pedi a Deus a graça e Ele não vos deixará cair. Deus é fiel e não permite  que sejais tentados mais do que  podem as  vossas  forças" (I Cor 10,13).  Oferece-vos a graça, para que possais vencer a  tentação. Além disto, tendes  a vossa vontade, que não pode  ser forçada por ninguém.  "Eis a fraqueza do inimigo" , diz São Bernardo,  "que  não poderá vencer senão àquele, que o consentir. O inimigo pode excitar a tentação, mas de nós depende  consentí-la ou rejeitá-la".

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