Santa
Clara de Assis (1194 - 1253)
Santa Clara, nasceu em Assis, na Itália, filha de pais
ricos e piedosos. O nome de Clara foi-lhe dado em virtude
de uma voz misteriosa que a mãe Hortulana ouviu, quando,
antes de dar à luz a filha, fazia fervorosas orações diante
de um crucifixo. “Nada temas! – disse aquela voz – o fruto
de teu ventre será um grande lume, que iluminará o mundo
todo”. Desde pequena, Clara era em tudo bem diferente das
companheiras. Quando meninas dessa idade costumam achar
agrado nos brinquedos e bem cedo revelam também qualidades
pouco apreciáveis, Clara fazia exceção à regra. O seu
prazer era rezar, fazer caridade e penitência. Aborrecia a
vaidade e as exibições e tinha aversão declarada aos
divertimentos profanos.
Vivia naquele tempo o grande Patriarca de Assis. São
Francisco. A este se dirigiu Santa Clara, comunicando-lhe o
grande desejo que tinha de abandonar o mundo, fazer o voto
de castidade e levar uma vida da mais perfeita pobreza. São
Francisco reconheceu em Clara uma eleita de Deus e
animou-a a persistir nas piedosas aspirações. Depois de
ter examinado e sujeitado a duras provas o espírito da
jovem, aconselhou-lhe abandonar a casa paterna e tomar o
hábito de religiosa. Foi num Domingo de Ramos, que Clara
executou este plano, dirigindo-se à Igreja de Porciúncula,
onde São Francisco lhe cortou os cabelos e lhe deu o hábito
de penitência. Clara contava apenas 18 anos, quando disse
adeus ao mundo e entrou para o convento das Beneditinas de
Assis.
O procedimento estranho de clara, provocou os mais
veementes protestos dos pais e parentes, que tudo tentaram
, para tirar a jovem do convento. Clara opôs-lhes firme
resistência. Indo à Igreja, segurou-se ao altar e com a
outra mão, mostrou aos pais a cabeleira cortada e
disse-lhes: “Deveis saber que não quero outro esposo, senão
a Jesus Cristo. A este escolhi e não mais o deixarei”.
Clara tinha uma irmã mais moça, de quatorze anos, de nome
Inês. Esta, não suportando a separação e animada por
Clara, poucos dias depois, abandonou também a casa e entrou
para o convento onde Clara estava. Com este gesto não se
conformaram os parentes. Ao convento, foram no intuito de
obrigar a jovem a voltar trazê-la à viva força para casa,
fosse qual fosse a resistência que encontrariam.
A resistência realmente foi, tão resoluta da parte de
Inês, que tiveram de desistir das suas tentativas. Também
a ela São Francisco deu o hábito religioso. Apenas
provisória podia ser a estada das duas irmãs no convento
das Beneditinas. Francisco havia de dar, pois,
providências para colocá-la em outra parte.
Adquiriu a igreja de São Damião e uma casa contígua para
as novas religiosas, às quais, logo se associaram a outras
companheiras. Sob a direção de Clara, formaram estas a
primeira comunidade que, desenvolvendo-se cada vez mais,
tomou a forma de nova Ordem religiosa. Esta Ordem, de
origem tão humilde, tornou-se celebérrima na Igreja
Católica, a que deu muitas santas e muito trabalhou e
trabalha pelo engrandecimento do reino de Cristo sobre a
terra. Obedecendo à Ordem de São Francisco, Clara aceitou
o cargo de superiora, e exerceu-o durante quarenta e dois
anos. Deu à Ordem regras severas sobre a observância da
pobreza. Uma oferta de bens imóveis, feita pelo Papa,
Clara respeitosamente a recusou. Não só na observação da
pobreza, como também na prática de outras virtudes, Clara
era modelo exemplaríssimo para as suas filhas espirituais.
Grande lhe foi a satisfação, quando da própria mãe e de
outras parentas recebeu o pedido de admissão na Ordem.
Além destas, entraram três fidalgas da casa Ubaldini na
nova Ordem das Clarissas. Julgaram maior honra
associar-se à pobreza de Clara do que viver no meio dos
prazeres dum mundo enganador.
Na prática da penitência e mortificação, Clara era de
tanto rigor, que seu exemplo podia servir mais de admiração
do que de imitação. O próprio São Francisco aconselhou-lhe
que usasse de moderação, porque do modo de que vivia e
martirizava o corpo, era de recear que não pudesse ter
longa vida.
Severíssima para consigo, era inexcedível na caridade
para com o próximo. Seu maior prazer era servir aos
enfermos. Uma das virtudes que se lhe observava, era o
grande amor ao Santíssimo Sacramento. Horas inteiras do
dia e da noite, passava nos degraus do altar. O SS.
Sacramento era seu refúgio, em todos os perigos e
dificuldades.
Aconteceu que a cidade de Assis fosse assediada pelos
sarracenos que, a serviço do Imperador Frederico II,
inquietavam a Itália. Os guerreiros tinham já galgado o
muro, justamente onde estava o convento das clarissas. A
superiora, enferma, guardava o leito. Tendo notícia da
invasão dos bárbaros no convento, Clara levantou-se e,
ajudada pelas filhas, dirigiu-se ao altar do SS. Sacramento,
tomou nas mãos a Sagrada Hóstia e assim, munida de Nosso
Senhor, dirigiu-lhe o seguinte apelo em voz alta:
“Quereis, Senhor, entregar aos infiéis estas vossas
servas indefesas que nutris com Vosso amor? Vinde em
socorro de vossas servas, pois não as posso proteger.”
Ditas estas palavras, ouviu-se distintamente uma voz dizer:
“Serei vossa proteção hoje e sempre”. Os fatos provaram
que não se tratava de coisa imaginária. Dos sarracenos
apoderou-se um pânico inexplicável; grande parte deles
fugiu às pressas; alguns, que já haviam galgado o cimo do
muro, caíram para trás. Foi visivelmente a devoção de
Santa Clara ao SS. Sacramento, que salvara o convento e a
cidade, do assalto do inimigo. Outros muitos milagres fez
Deus por intermédio de sua serva, que a estreiteza de
espaço não nos permite narrar.
Clara contava sessenta anos, dos quais passara 28
anos sofrendo grandes enfermidades. Por maiores que lhe
fossem as dores, nenhuma queixa lhe saía da boca. Na
meditação da sagrada Paixão e Morte de Nosso Senhor achava
o maior alívio. “Como passa bem depressa a noite, dizia,
ocupando-me com a Paixão de Nosso Senhor”. Em outra
ocasião, disse: “Homem haverá que se queixe, vendo a Jesus
derramar todo o seu sangue na Cruz? Sentindo a proximidade
da morte, recebeu os Santos Sacramentos e teve a
satisfação de receber a visita do Papa Inocêncio IV, que
lhe concedeu uma indulgência plenária. Quase agonizante,
disse ainda estas palavras: “ Nada temas, minha alma;
tens boa companhia na tua passagem para a eternidade. Vai
em paz, porque Aquele que te criou, te santificou, te
guardou como a mãe ao filho, e te amou com grande ternura.
Vós, porém, meu Senhor e meu Criador, sede louvado e
bendito”. Esta visão lhe apareceram muitas virgens, entre
as quais uma de extraordinária beleza, que lhe vieram ao
encontro para leva-la ao céu. Santa Clara morreu em 12 de
agosto de 1253, mais em conseqüência do amor divino, do que
da doença que a martirizava. Foi em atenção aos grandes e
numerosos milagres que se lhe observaram no túmulo, que o
Papa Alexandre IX, dois anos depois, a canonizou.
Reflexões:
“Haverá quem se queixe, vendo a Jesus Cristo na cruz,
coberto de sangue? “ .
A meditação da Sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo,
dava força à Santa clara, para sofrer com paciência as
dores da doença. A mesma meditação, produziria em ti o
mesmo efeito, se em teus sofrimentos te quisesses lembrar
das dores que Jesus Cristo sofreu por amor. Jesus era
inocente e sofreu mais que um homem jamais sofreu e poderá
sofrer. Tu, que não és inocente, nada queres sofrer?
Jesus aceitou a cruz e a dor; e da boca não lhe saiu uma
palavra de queixa. Não deverás imitar também este exemplo
de teu Salvador? Considerações desta espécie, nos dias do
sofrimento, fazem milagres. “Quem se lembra da Sagrada
Paixão de Jesus Cristo, sofre tudo com paciência, por mais
doloroso que seja”, diz São Gregório.
Santa Clara teve uma grande devoção ao Santíssimo
Sacramento. Aos pés do altar, procurava e achava alívio,
consolação e auxílio. Se tivesses devoção igual a Jesus
Eucarístico, os mesmos efeitos poderias experimentar. Se
Nosso Senhor andasse entre nós, como andou na terra da
Palestina, cheio de confiança a Ele te dirigirias , certo
de alcançar de sua bondade o que desejasses. Que diz a
nossa doutrina dobre o Santíssimo Sacramento? Não é real
a presença de Jesus Cristo na Hóstia consagrada? Pois se é
esta a tua fé, porque te portas como se não acreditasses
nesta verdade? Se está presente no Santíssimo Sacramento,
então é o mesmo que fez ressuscitar o mancebo de Naim, a
filha de Jairo e Lázaro. Se Jesus está no Santíssimo
Sacramento, então entre Ele e Aquele que fez a
multiplicação dos pães, não há diferença nenhuma. Não deve,
portanto, ser outra a tua fé. Porque não procuras Jesus no
Santíssimo Sacramento, quando a tua alma se vê atribulada,
quando a dor te oprime o coração? Se aos homens abres o
coração e em suas palavras buscas consolo e conforto,
porque não fazes a Jesus tuas confidências? Procura o
Santíssimo Sacramento, aviva tua fé neste mistério da nossa
Religião e, como Santa Clara, encontrarás quem te console,
proteja e defenda.
Beata
Imelda Lambertini ( 1322 - 1333)
Patrona das Primeiras Comunhões
Imelda Lambertini nasceu na cidade de Bolonha, Itália, no
ano de 1322, num ambiente de muita fé e piedade. Desde
tenra idade, assimilou com especial afeição a primorosa
educação recebida. Seu amor a Deus, sua conduta incomum no
dia a dia chamava muito a atenção dos pais. Era de fato, uma
menina muito especial. Os jogos infantis não lhe agradavam
como a oração. Costumava esconder-se nos locais mas ocultos
da casa para aplicar-se a ela. Sua mãe, sempre a encontrava
ajoelhada e rezando, quando sentia falta da filha em casa.
Ao completar 9 anos de idade a menina pede insistentemente
para ingressar no Convento das Irmãs dominicanas, porém, a
Madre superiora de todas as formas tentou persuadi-la a
esperar, pois que a idade ainda não permitia que fosse
admitida entre as irmãs do convento.
Como a insitência de Imelda tornou-se constante, a Madre,
que conhecia seus pais, indagou se não estava feliz por ter
pais maravilhosos e boas condições de vida em casa, tendo
ela prontamente respondido que estava sim, muito feliz, que
amava sua família, mas que as irmãs tinham algo a mais que
lhe atraía muito: "Nosso Senhor". Era a devoção à
Santíssima Eucaristia que verdadeiramente lhe encantava e
lhe enchia a alma de amor e devoção. Finalmente, a Madre
chamou seus pais e lhes pediu permissão para que Imelda
fosse admitida, pelo menos à título de experiência, já que
o desejo ardente de ingressar no convento era já notório
também para seus pais. Apesar de entristecidos, percebiam
que Deus reservara algo de extraordinário para a pequena
filha. Por isso, acabaram aceitando a proposta da
Reverenda e consagraram-na a Deus.
Consumado seu ingresso, tudo lhe era motivo de encanto, os
momentos de oração, o hábito das Irmãs, o silêncio. Era
muito amada por elas que tentavam privá-la dos serviços e
da rigidez da regra, mas nada adiantava, pois queria
acompanhar as irmãs em tudo, participando plenamente e
auxiliando nos trabalhos monásticos no convento. A Madre
pedia que não a acordassem durante as orações noturnas, mas
Imelda levantava-se no meio da noite e percorria os grandes
salões do convento, caminhando e rezando silenciosamente as
matinas.
A visita ao Tabernáculo fazia sua alma transbordar de
alegria. Só a pronúncia de qualquer assunto relacionado a
Eucaristia, fazia com que seu rosto se transfigurasse
instantaneamente. Ela desejava ardentemente receber a Santa
Comunhão. Nessa época, as crianças não podiam receber a
Primeira Comunhão com idade inferior a 12 anos. Tal qual
sua insistência para ingressar no convento, Imelda pede a
graça de receber Jesus, mesmo que não tivesse completado a
idade. Pedia isso com fervor tão intenso, que as irmãs
comoviam-se pelo desejo que a pequenina nutria em receber o
Senhor na Eucaristia. Mas isto ainda não lhe era possível,
conforme as normas da Igreja.
Assim, aceitou com resignação os argumentos das Irmãs.
Porém, à medida que o tempo passava, crescia mais e mais
nela o desejo de receber Jesus Sacramentado. No ano de 1333,
tinha ela completado 11 anos de idade quando, depois da
Santa Missa, a última freira que saiu da capela observou
que a pequena Imelda, como de costume, lá permaneceu
sozinha rezando mais um pouco. Só que desta vez, a freira
percebeu algo extraordinário: uma Hóstia flutuava acima dela
e lhe projetava uma luz branca. Rapidamente esta irmã chamou
as outras monjas e todas prostraram-se diante deste
milagre. A Madre, constatando que tratava-se de
manifestação real de Deus para que a menina recebesse a
Primeira Comunhão, chamou o pároco. Ao chegar com a patena
de ouro nas mãos, o padre admirado, dirigiu-se até à
Hóstia. Assim que aproximou-se da menina ajoelhada, a
Hóstia pousou sobre a patena!. Assim foi-lhe administrada a
Primeira Comunhão. Em seguida, vagarosamente Imelda baixou
a cabeça em oração.
Imelda permaneceu assim, diante das irmãs por um tempo
demasiadamente longo. Isto fez com que a Madre fosse até
ela, que a nada respondia. Tentando levantá-la
cuidadosamente pelos ombros, a menina caiu em seus
braços, trazendo no rosto uma expressão delicada, de
inexplicável alegria. Havia partido para o Céu naquele
sublime momento. A alegria de receber Nosso Senhor foi
demais para o pequeno coração que ardia pela presença real
de Cristo na Eucaristia. Certa vez, Imelda já havia dito às
Irmãs: "Eu não sei porque as pessoas que recebem Nosso
Senhor não morrem de alegria".
A pequena Imelda Lambertini foi beatificada em 1826 pelo
Papa Leão XII, e foi proclamada Patrona das Primeiras
Comunhões em 1910 pelo Papa São Pio X. Foi neste ano que
foi declarado que as crianças menores de 12 anos poderiam
receber a Primeira Comunhão.
Até hoje, seu pequeno corpo se encontra intacto, depois de
mais de 670 anos, numa redoma de cristal, na Igreja de São
Sigismondo, em Bolonha.
Reflexões:
A meditação da história da pequena Imelda, traduz o pleno
conhecimento, o cristalino panorama que uma menina de apenas
11 anos tinha sobre as verdades divinas. Visão tão clara
que Imelda não entendia como as pessoas não morriam ao
receber Jesus na Eucaristia. São Tomás de Aquino,
a respeito desse amor eucarístico, certa vez declarou:
"O Martírio não é nada em comparação com a Santa Missa.
Pelo martírio, o homem oferece a Deus a sua vida; na Santa
Missa, porém, Deus dá o seu Corpo e o seu Sangue em
sacrifício para os homens. Se o homem reconhecesse
devidamente esse mistério, morreria de amor".
Amolece, Senhor, o nosso coração petrificado. Aclara,
Senhor, nossa visão, obscurecida pelas ilusões mundanas.
Abre nossa mente, Senhor, para que possamos compreender a
sublimidade da Eucaristia. Tende piedade de nós, Senhor,
pela nossa indiferença na fila da Comunhão. Aproxima-nos,
Senhor, do sacramento da Penitência, para que possamos Te
receber com a casa limpa, livre das imundícies que todos os
dias deixamos agregar à alma. Não permitais, jamais,
Senhor, que Te recebamos indignamente. Piedade, Senhor,
piedade de nós e da humanidade inteira. Te adoramos na
Eucaristia e imploramos, por intercessão de Maria, que o Pão
do Céu seja para nós SEMPRE: alimento espiritual, remédio
para a alma, força na luta contra o mal, consolo nas
tribulações e proteção constante na caminhada terrena.
Amém!
Santa
Luiza de Marillac ( 1591-1660)
Luiza de Marillac nasceu em Paris a 12 de agosto de
1591. Muito jovem ainda, teve o pesar de perder a mãe. O
pai, Luiz de Marillac, senhor de Ferrières, proporcionou-lhe
uma educação esmeradíssima e eminentemente cristã, que a
preparou para a sua missão providencial.
Já se havia dedicado à prática de uma vida toda de
caridade, quando um dia lhe escreveu São Vicente de Paulo,
ao saber que ela visitara em Paris, uma pessoa atacada da
peste: "Nada receieis, Madmoiselle, Deus quis servir-se de
vós para alguma coisa que visa a sua glória e estou certo
de que ele vos conservará para este fim". Visivelmente se
realizaram estas palavras proféticas, pelo posterior
desenvolvimento grandioso da Congregação das Irmãs da
Caridade, hoje conhecida em todas as partes do mundo.
Em 1613 contraiu matrimônio com Antônio le Gras, secretário
da rainha Maria de Médici. Deus deu ao piedoso casal um
filho que, pelas suas virtudes, mostrou-se digno dos
progenitores. Em 1625 a morte lhe arrebatou o esposo. Com
coração e resignação cristã, sofreu este duro golpe,
procurando alívio e consolo em Deus, a quem se consagrou
inteiramente. Para oferecer a Deus um sacrifício mais
perfeito e assim garantir a salvação de sua alma, decidiu
dedicar-se inteiramente às obras de caridade, decisão que
teve o pleno consentimento do bispo de Belley, seu
confessor. Não podendo ele permanecer por muito tempo em
Paris, confiou-a à direção de São Vicente de Paulo, sobre a
pessoa do qual recebera ótimas informações de São Francisco
de Sales.
Nas paróquias onde São Vicente de Paulo ou seus
missionários pregavam as missões, fundavam confrarias de
caridade, que se recrutavam de piedosas senhoras, cujo
intuito era socorrer os pobres enfermos. São Vicente, vendo
que era necessário dar a este movimento uma organização bem
orientada, confiou a Luiza de Marillac a missão de
inspetora. A piedosa senhora não só aceitou esta
incumbência, mas dedicou-se à obra com um zelo
admirabilíssimo. Os frutos deste trabalho não tardaram a
aparecer. A humildade e dedicação da inspetora abriram-lhe
os corações, e raros foram os casos de uma ou outra paróquia
não querer aceitar-lhe a benéfica colaboração. Em muitos
lugares, sua chegada foi festejada com grandes manifestações
de regozijo. No desempenho de sua missão, na nobre
propaganda da caridade, se deixou guiar pelo genial apóstolo
que era seu confessor. Embora fosse grande o desejo de ambos
de verem as confrarias fundadas e prósperas todas as
paróquias, nada faziam, se o pároco se mostrava contrário
às suas idéias. "Cedei, escreveu São Vicente a Luiza num
caso, em que o pároco se opôs à fundação da confraria -
"Cedei; um só ato de submissão é como um belo diamante, que
vale mais que uma montanha de pedras, isto é, de atos
inspirados pela própria vontade".
Nas visitas que fazia às paróquias, Luiza bem depressa
teve de convencer-se da dificuldade, se não da
impossibilidade, de acostumar as senhoras, principalmente as
da alta sociedade, no serviço de dama de caridade. Cada
vez mais clara lhe surgiu diante do espírito a idéia de
fundar uma Congregação religiosa que, com mais ordem,
dedicação e independência, pudesse tomar a seu cargo a
obra de caridade, como idealizava. Não faltaram elementos
utilíssimos para realizar o plano. Em 1633, estava já
formada uma pequena comunidade, composta apenas de quatro
irmãs, com Luiza como superiora. Na festa da Anunciação da
Santíssima Virgem, do ano de 1634, se consagraram por um
voto ao serviço dos pobres e doentes. Esta data tão
significativa e até hoje de grande importância na
Congregação das Irmãs de Caridade, sendo neste dia, se
renovam todos os anos, os votos que as ligam a Deus e aos
infelizes.
São Vicente de Paulo deu à jovem Congregação uma regra,
cujo espírito é mais uma prova de alta competência do
autor em matéria de virtude e santidade. Às filhas dava
como "mosteiro a casa dos enfermos, como claustro as ruas
da cidade, como clausura a obediência, como grade o temor de
Deus, como véu a santa modéstia". Tiveram como divisa a
palavra do Apóstolo "Caritas urget me" - a caridade me
obriga. A nova instalação teve um incremento grandioso.
Admirável foi a atividade de Luiza de Marillac. Quem a
conhecia, vendo-lhe o estado de saúde tão precário, não
podia compreender como lhe era possível dedicar-se a uma
obra tão trabalhosa. O próprio São Vicente de Paulo chegou
à dizer às Irmãs, que os últimos vinte anos da vida da
Superiora, era um verdadeiro milagre.
Quando em 1652 Paris foi visitada pela peste, Luiza de
Marillac socorreu a 14.000 pessoas e suas filhas
distribuÍram aos pobres o necessário sustento. Outras iam
aos subúrbios tratar dos doentes.
A pedido da rainha Maria Gonzaga, a Congregação
estabeleceu-se na Polônia.
Luiza de Marillac via nos pobres e doentes a pessoa de
Jesus Cristo, tendo em mente a Palavra do Divino Mestre:
"O que fizestes a um destes mais pequeninos, foi a mim que o
fizestes". Igualmente grande era o respeito ao Sumo
Pontífice, a quem chamava de "Pai santo dos cristãos e o
verdadeiro tenente de Jesus Cristo". Firme na fé, fugia da
heresia como da peste. Cortou relações com a duquesa de
Liancourt, sua amiga, por se ter esta deixado trair pela
heresia jansenista. Em outra ocasião, retirou as Irmãs de
um estabelecimento, porque das idéias jansenistas do vigário
da paróquia, receava uma influência má sobre a fé das
religiosas.
Inspirada pela caridade, procurava comunicar o mesmo
espírito às suas filhas espirituais. Numa antiga crônica da
Congregação se lê o seguinte tópico: " Madame tinha tanto
respeito e devoção para com os pobres que, desde o início do
estabelecimento de caridade, recomendou às suas filhas que
os servisse com grande caridade e humildade, considerando-os
como seus senhores e amos; por isso, queria que se lhes
destinasse o "primeiro pedaço de pão que se cortava para o
almoço, e primeira ração de caldo que se servia para o
jantar". Ela mesma punha mãos à obra. Servindo os doentes,
lavando-lhes os pés, pensando-lhes as chagas e tratando-os
com todo o carinho. Na visita às aldeias, ela própria
lecionava, para instruir as professoras que ali constituía.
1660, Luiza de Marillac sentiu que sua vida aqui na terra
ia findar-se. A suprema consolação, que desde longos anos
pedia a Deus, era de ser assistida no derradeiro momento
pelo pai e guia de sua alma, Vicente de Paulo. Deus não lh'a
concedeu. Vicente de Paulo, de 85 anos, também prestes a
deixar este mundo, só pode enviar-lhe a bênção e as
seguintes palavras: "Madame, ides antes de mim; espero em
breve, rever-nos no Céu". Ela recebeu a Comunhão das mãos
do vigário de Saint-Laurent, que a acompanhava no seu
trânsito. Este, mais uma vez, lhe pediu que abençoasse as
suas filhas. Ela aquiesceu: "Queridas irmãs, disse-lhes
ela, (resumindo nesse momento solene, o que havia sido
sempre a paixão de sua vida e o desejo supremo de seu
coração), continuo a pedir a sua bênção para vós, e a graça
de perseverardes na vossa vocação, a fim de servi-lo de
maneira que ele deseja de vós: Cuidai bastante do serviço
dos pobres e sobretudo, vivei em grande união e
cordialidade, amando-vos umas às outras a fim de imitardes
a união e vida de Nosso Senhor, e rogai com fervor à
Santíssima Virgem, para que ela seja vossa única Mãe".
Acrescentou que morria, tendo em grande estima a vocação
delas e que, se vivesse cem anos, não lhes pediria outra
coisa que uma absoluta fidelidade a esta santa vocação.
Um padre da Missão ocupava-lhe à cabeceira, o lugar de
Vicente de Paulo, não a deixando um instante. Ele lhe
ministrou a indulgência da boa morte. Pelas 11 horas, ela
fez baixar as cortinas, como para se recolher e, desde
então, não falou mais. Meio quarto de hora após, entregava
docemente a alma a Deus. Era segunda-feira, 15 de março de
1660. O vigário de Saint-Laurent, de sua paróquia, a quem
ela fizera confissão geral, achava-se presente; não pôde
deixar de exclamar, cheio de admiração: "Oh! que bela alma,
leva consigo a graça do batismo!".
Os funerais foram muito simples. Era necessário
conformar-se à vontade expressa pela piedosa fundadora, que
não lhe tributassem maiores honras que às Irmãs. "Agir de
outra forma, dissera ela, seria declarar-me indigna de
morrer como verdadeira Irmã de caridade, embora não
estime nada de mais glorioso que essa qualidade". Foi
inumada na igreja de Saint-Laurent, na capela da Visitação.
Os despojos mortais foram transferidos, mais tarde, para a
capela da casa matriz das Irmãs de Caridade, 140, rue du Bac,
Paris, onde hoje repousam. É esta a capela que foi honrada,
em 1830, com a aparição da Santíssima Virgem e com a
manifestação da Medalha Milagrosa.
A mais preciosa deposição no processo de beatificação de
Luiza de Marillac, será sempre o elogio que dela teceu São
Vicente, em duas conferências feitas diante das Irmãs de
Caridade, poucos dias depois da morte da Santa, conferências
que ele quis proferir, apesar de sua enfermidade.
Nestas conferências, São Vicente louvou particularmente a
prudência sem par de Luiza de Marillac, a sua caridade e
pureza. Disse, entre outras coisas: "Há pouco, refletindo
diante de Deus, eu dizia: Senhor, quereis que falemos de
vossa Serva, pois é obra de vossas mãos; e perguntava a mim
mesmo: Que viste nela, neste 38 anos que a conheceste, que
viste nela? Veio-me à memória a reminescência de alguma
sombrinha de imperfeição; mas, de pecado mortal, oh!
nunca, nunca! Era uma alma pura em tudo, pura na mocidade,
pura na viuvez. Tínheis sob os olhos, minhas filhas, um
belo modelo: Ei-la agora no Céu. Lá, vossa boa mãe, não
será menos bondosa para convosco que na terra. Conquanto
não se deva rogar publicamente aos mortos que ainda não
foram canonizados, pode-se fazê-lo em particular; por
conseguinte, podeis perfeitamente pedir a Deus graças pela
sua intercessão".
Beatificada pelo Papa Benedito XV, em 1920, foi elevada à
suprema honra dos altares a 11 de março de 1934 pelo Sumo
Pontífice Pio XI.
Reflexões:
Quando os sectários de todos os tempos, e também os
negadores de Deus, querem ferir a Igreja Católica, focalizam
seu ódio ao Papa; e quando querem chasquear o que há de
mais delicado e comovente no heroísmo cristão, tomam por
emblema a Filha da Caridade. Mas aqueles que se gloriam da
divisa do filho de Deus, enchem-se de admiração diante
daquela figura cândida, que representa um exército de
bondade.
O comunismo, cuja fogueira apagou-se em tempos recentes,
deixou rastros de grandes destruições, e dele restam hoje
apenas algumas brasas fumegantes, que tentam inutilmente
reerguer-se em fogo. A tão divulgada "partilha comunista",
imposta de cima para baixo e atéia na sua dialética
blasfematória, finalmente implodiu. Insultaram os fiéis,
afrontaram a Igreja, ultrajaram a Deus. Sua propaganda
fragorosa, disseminou a fome, o extermínio, a perseguição,
a morte; deu pedras a quem lhe pedia pão. As obras de São
Vicente, de Santa Luiza de Marillac, de Frederico Ozanam, ao
contrário, atravessaram os séculos com imponência e luta sem
tréguas. Transpuseram com galhardia os tristes períodos
históricos, sempre resplandecendo com raios de um sol
fecundo de vida e de graça. Eis a diferença entre a
partilha mentirosa e a verdadeira caridade.
Caridade que brota de baixo para cima, de irmão para irmão,
de coração para coração.
Não só as Filhas da Caridade, mas a cada católico, o
Supremo Pastor das almas apresenta esta grandiosa mulher,
apóstola daquela virtude que ainda hoje de todas as outras,
é a mais necessária: A Caridade que emana do coração que
vive da luz do Espírito Santo e do Redentor; mas caridade
ardente, operosa, ativa, real, perseverante, tal qual
descreve São Paulo na sua Epístola aos Coríntios: "A
caridade é paciente, é benigna, não é invejosa, não é
temerária , não se ensoberbece; não é ambiciosa, não busca
seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal,
tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo sofre" (1 Cor 13,
4-7)
Caridade! Pratiquemos a caridade como o Divino Redentor a
praticou; como a praticaram São Vicente de Paulo, Santa
Luiza de Marillac, glorificando a Deus e vindo em auxílio
ao pobre, ao necessitado, ao atribulado. Não pode haver
afirmação mais prática e sensível do nosso amor à Igreja e
da nossa cooperação ao Reino de Cristo.
Santa
Maria Madalena de Pazzi (1566-1607)
Santa Maria Madalena de Pazzi, filha de pais ilustres,
modelo perfeito de vida e santidade, nasceu em Florença
no ano de 1566 . No batismo foi chamada Catarina, nome
que no dia para a entrada no convento foi mudado para
Maria Madalena. É uma das eleitas do Senhor, que desde a
mais tenra infância dera indícios indubitáveis de futura
santidade. Menina ainda, achava maior prazer nas visitas à
Igreja ou na leitura da vida dos Santos. Apenas tinha sete
anos de idade e já começava a fazer obras de mortificação.
Abstinha-se de frutas, tomava só duas refeições por dia,
fugia dos divertimentos, para ter mais tempo para ler os
santos livros, principalmente os que tratavam da sagrada
Paixão e Morte de Jesus Cristo. Assim se explica o grande
amor a Jesus Cristo, que tantas coisas maravilhosas lhe
operou na vida. Não tendo ainda a idade exigida, não lhe
era permitido receber a sagrada Comunhão. O desejo,
entretanto, de receber a Jesus na sagrada Hóstia era-lhe
tão grande, que os olhos se enchiam de lágrimas, quando
via outras pessoas aproximarem-se da santa mesa. Com dez
anos fez a primeira comunhão foi indescritível alegria
que recebeu, pela primeira vez, o Pão dos Anjos. Ela
mesma afirmou muitas vezes que o dia da Primeira Comunhão
tinha sido o mais belo de sua vida. Logo depois da Primeira
Comunhão, se consagrou a Deus, pelo voto de castidade
perpétua.
Quando contava doze anos, nos seus exercícios de
mortificações, chegou a usar um hábito grosseiro e dormir
no chão, a por uma coroa de espinhos na cabeça e a
castigar por muitos modos o seu delicado corpo,
manifestando assim o ardente desejo de tornar-se cada vez
mais semelhante ao Divino Esposo. Quando diversos jovens
se dirigiram aos pais de Maria, para obter-lhe a mão, ela
pôde declarar-lhes: "Já escolhi um Esposo mais nobre, mais
rico, ao qual serei fiel até a morte". Vencidas muitas
dificuldades, Maria conseguiu entrada no convento das
Carmelitas em Florença. Após a vestição, se prostrou aos pés
da mestra do noviciado e pediu-lhe que não a poupasse em
coisa alguma e a ajudasse a adquirir a verdadeira
humildade. Tendo recebido o nome de Maria Madalena, tomou
a grande penitente a resolução de seguir a Jesus Cristo
na prática de heróicas virtudes. No dia da Santíssima
Trindade fez a profissão religiosa com tanto amor, que
durante duas horas ficou arrebatada em êxtase. Estes
arrebatamentos repetiram-se extraordinariamente e Deus se
dignou de dar à sua serva instruções salutares e o
conhecimento de coisas futuras. O fogo do divino amor às
vezes ardia com tanta veemência que, para aliviá-la, era
preciso que lavasse as mãos e o peito com água fria. Em
outras ocasiões, tomava o crucifixo nas mãos e exclamava em
voz alta: "Ó amor! Ó amor! Não deixarei nunca de vos
amar!" Na festa da Invenção da Santa Cruz percorreu os
corredores do convento, gritando com toda a força: " Ó
amor! Quão pouco se vos conhece! Ah! Vinde, vinde ó almas e
amai a vosso Deus!" Desejava ter voz de uma força tal,
que fosse ouvida até os confins do mundo. Só uma coisa
queria pregar aos homens: "Amai a Deus!" Maior
sofrimento não lhe podia ser causado, do que dando a
notícia de Deus ter sido ofendido. Todos os dias
oferecia a Deus orações e penitências, pela conversão dos
infiéis e pecadores e, às Irmãs, pedia que fizessem o
mesmo. Na ânsia de salvar almas, oferecia-se a Deus para
sofrer todas as enfermidades, a morte e ainda os
sofrimentos do inferno, se isto fosse realizável, sem
precisar odiar e amaldiçoar a Deus. Em certa ocasião
disse: "Se Deus, como a São Tomás de Aquino, me
perguntasse qual prêmio desejo como recompensa, eu
responderia: 'Nada, a não ser a salvação das almas' ".
Os dias de Carnaval eram para Maria Madalena dias de
penitência, de oração e de lágrimas, para aplacar a ira
de Deus provocada pelos pecadores.
Para o corpo era de uma dureza implacável; não só o
castigava, impondo-lhe o cilício, obrigando-o a vigílias,
mas principalmente o sujeitava a um jejum rigorosíssimo;
durante vinte e dois anos teve por único alimento pão e
água.
Não menos provada foi sua alma; Deus houve por bem
mandar-lhe grandes provações. Durante cinco anos sofreu
ininterruptamente os mais rudes ataques de pensamento
contra a fé, sem que por isso se tivesse deixado levar
pelo desânimo. Muitas vezes se abraçava coma imagem do
crucifixo, implorando a assistência da graça Divina. Nos
últimos três anos de vida, sofreu diversas enfermidades.
Deus permitiu que nas dores ficasse privada ainda de
consolações espirituais. Impossibilitada de andar era
forçada a guardar o leito. Via-se então um fato
extraordinário: quando era dado o sinal para a Missa ou
Comunhão, ela se levantava, ia ao coro e assistia a Missa
toda. De volta para a cela, caía de novo na prostração e
imobilidade. Quando lhe aconselharam abster-se da
Comunhão, declarou ser-lhe impossível, sem o conforte
deste Sacramento, suportar as dores. No meio dos
sofrimentos, o seu único desejo era: "Sofrer, não morrer".
Ao confessor, que lhe falou da probabilidade de um fim
próximo dos sofrimentos, ela respondeu: "Não, meu padre,
não desejo ter este consolo, desejo poder sofrer até o fim
de minha vida".
Quando os médicos lhe comunicaram a proximidade da morte,
Maria Madalena recebeu os sacramentos da Extrema Unção e
do Viático com uma fé, que comoveu a todos que estavam
presentes como se fosse grande pecadora, pediu a todas as
Irmãs perdão de suas faltas. O dia 25 de maio de 1607
libertou-lhe a alma do cárcere do corpo. Deus
glorificou-a logo, por um grande milagre. O corpo macerado
pelas contínuas penitências, doenças, jejuns e
disciplinas, rejuvenesceu, exalava um perfume delicioso, que
enchia toda a casa. Cinqüenta e seis anos depois, em 1663,
quando se lhe abriu o túmulo, foi-lhe encontrado o corpo
sem o menor sinal de decomposição, percebendo-se ainda o
celeste perfume. Beatificada em 1626 pelo Papa Urbano
VIII, foi inserta no catálogo dos Santos em 1669, pelo Papa
Clemente IX.
Reflexões:
Maria Madalena sofreu durante cinco anos, as mais
terríveis tentações de desespero, contra a fé e a
pureza; clamando a Deus por socorro, com a graça venceu
todas as dificuldades. Satanás costuma molestar com tais
tentações as pessoas que se dedicam ao serviço do Senhor.
Diz São Gregório: "Se sois perseguidos por tentações, não
desanimeis. Pedi a Deus a graça e Ele não vos deixará cair.
Deus é fiel e não permite que sejais tentados mais do que
podem as vossas forças" (I Cor 10,13). Oferece-vos a
graça, para que possais vencer a tentação. Além disto,
tendes a vossa vontade, que não pode ser forçada por
ninguém. "Eis a fraqueza do inimigo" , diz São Bernardo,
"que não poderá vencer senão àquele, que o consentir. O
inimigo pode excitar a tentação, mas de nós depende
consentí-la ou rejeitá-la".
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