CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

SEGUNDA - OREMOS PELA CONVERSÃO E SALVAÇÃO DOS PECADORES. O TEMPO ESTÁ MUITO CURTO.O SENHOR JÁ VEM.

 



Capítulo 1

EM NOME do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, Deus único.
Começamos, com o auxílio e a ajuda do Deus todo-poderoso, a escrever o livro dos milagres de nosso Salvador, Mestre e Senhor Jesus Cristo, que se intitula o Evangelho da Infância, na paz do Salvador. Que assim seja.
Encontramos no livro do grande sacerdote Josefo que viveu no tempo de Jesus Cristo (e que alguns chamam de Caifás), que Jesus falou quando estava no berço e que disse a sua mãe Maria: "Eu, que nasci de ti, sou Jesus, o Filho de Deus, o Verbo, como te anunciou o anjo Gabriel, e meu Pai me enviou para a salvação do mundo".
Capítulo 2
No ano 309 da era de Alexandre, Augusto ordenara que todos fossem recenseados em sua cidade natal. José partiu então e conduzindo Maria, sua esposa, veio a Jerusalém, de onde ele se dirigiu a Belém para inscrever-se, junto com sua família, no local onde ele havia nascido; quando estavam próximos a uma caverna, Maria disse a José que sua hora havia chegado e que não poderia ir até a cidade, "mas, disse ela, entremos nesta caverna". O sol estava começando a se pôr. José apressou-se em procurar uma mulher que assistisse Maria no parto, e ele encontrou uma anciã que vinha de Jerusalém, e, saudando-a, disse-lhe: "Entra na caverna onde encontrarás uma mulher em trabalho de parto."
Capítulo 3
E após o pôr-do-sol, José chegou com a anciã à caverna e eles entraram. E eis que a caverna estava resplandecente com uma claridade que superava a de uma infinidade de labaredas, e que brilhava mais do que o sol do meio-dia. A criança, enrolada em fraldas e deitada numa manjedoura, mamava no seio de sua mãe Maria. Ambos ficaram surpresos com o aspecto daquela claridade, e a anciã disse a Maria: "Es tu a mãe desta criança?" Ao responder afirmativamente Maria, disse-lhe: "Não és semelhante às filhas de Eva", e Maria respondeu: "Assim como entre as crianças dos homens não há nenhuma que seja semelhante ao meu filho, assim também sua mãe não tem par entre todas as mulheres". A anciã disse então: "Senhora e ama, vim para receber uma recompensa que perdurará para todo o sempre". E Maria lhe respondeu: "Põe tuas mãos sobre a criança". Quando a anciã o fez, ela foi purificada, e quando saiu, ela disse: "A partir deste momento, eu serei a serva desta criança, e eu quero consagrar-me a seu serviço, por todos os dias da minha vida".
Capítulo 4
Em seguida, quando os pastores chegaram e acenderam o fogo, entregando-se à alegria, as cortes celestes apareceram, louvando e celebrando o Senhor: a caverna parecia-se com um templo augusto, onde reis celestiais e terrestres celebravam a glória e os louvores de Deus por causa da natividade do Senhor Jesus Cristo. E esta anciã hebréia, vendo estes milagres resplandecentes, rendia graças a Deus, dizendo: "Eu te rendo graças, ó Deus, Deus de Israel, porque os meus olhos viram a natividade do Salvador do mundo".
Capítulo 5
Quando chegou o tempo da circuncisão, isto é, o oitavo dia, época na qual o recém-nascido deve ser circuncidado segundo a lei, eles o circuncidaram na caverna, e a velha anciã recolheu o prepúcio e colocou-o em um vaso de alabastro cheio de óleo de nardo velho. Como tivesse um filho que comercializava perfumes, Maria deu-lhe o vaso, dizendo: "Muito cuidado para não vender este vaso cheio de perfume de nardo, mesmo que te ofereçam trezentos dinares". E este é o vaso que Maria, a pecadora, comprou e que ela derramou sobre a cabeça e sobre os pés de Nosso Senhor Jesus Cristo, enxugando-os com seus cabelos. Quando dez dias se haviam passado, eles levaram a criança para Jerusalém, e, ao término da quarentena, eles o apresentaram no templo, ao Senhor, oferecendo por ele as oferendas prescritas pela lei de, Moisés, que diz: “Toda criança do sexo masculino que sair de sua mãe será chamada O santo de Deus”.
Capítulo 6
O velho Simeão viu o menino Jesus resplandecente de claridade como um facho de luz, quando a Virgem Maria, cheia de alegrias, entrou com ele em seus braços. E uma multidão de anjos rodeava-o, louvando-o e acompanhando-o, assim como os satélites de honra seguem seu rei. Simeão, pois, aproximando-se rapidamente de Maria e estendendo suas mãos para ela, disse ao Senhor Jesus: II Agora, Senhor, teu servo pode retirar-se em paz, segundo tua promessa, pois meus olhos viram tua misericórdia e o que preparaste para a salvação que todas as nações; luz de todos os povos e a glória de teu povo de Israel". A profetisa Ana também estava presente, e ela rendia graças a Deus, e celebrava a felicidade de Maria.
Capítulo 7
E eis o que aconteceu enquanto o Senhor vinha ao mundo em Belém, cidade da Judéia, no tempo do rei Herodes: magos vieram de países do Oriente a Jerusalém, tal como havia predito Zoroastro, e traziam com eles presentes, ouro, incenso e mirra, e adoraram a criança, e renderam-lhe homenagem com seus presentes. Então Maria pegou uma das faixas nas quais a criança estava envolvida e deu-a aos magos que receberam-na como uma dádiva de valor inestimável. E nesta mesma hora, apareceu-lhes um anjo sob a forma de uma estrela que já lhes havia servido de guia, e eles partiram, seguindo sua luz, até que estivessem de volta a sua pátria.
Capítulo 8
Os reis e os príncipes apressaram-se em se reunir em torno dos magos, perguntando-lhes o que haviam visto e o que haviam feito, como haviam ido e como haviam voltado, e que companheiros eles haviam tido então durante a viagem. Os magos mostraram-lhes a faixa que Maria lhes havia dado; em seguida, eles celebraram uma festa, acenderam o fogo segundo seus costumes, e adoraram a faixa, e a jogaram nas chamas, e as chamas envolveram-na. Ao apagar-se o fogo, eles retiraram o pano e viram que as chamas não haviam deixado sobre ele nenhum vestígio. Eles se puseram então a beijá-lo e a colocá-lo sobre suas cabeças e sobre seus olhos, dizendo: "Eis certa-mente a verdade! Qual é pois o preço deste objeto que o fogo não pode nem consumir nem danificar?" E pegando-o, depositaram-no com grande veneração entre seus tesouros.
Capítulo 9
Herodes, vendo que os magos não retomavam a visitá-lo, reuniu os sacerdotes e os doutores e disse-lhes: "Mostrai-me onde deve nascer o Cristo."E quando responderam que era em Belém, cidade da Judéia, Herodes pôs-se a tramar, em seu espírito, o assassinato do Senhor Jesus. Então um anjo apareceu a José durante o sono e disse-lhe: "Levanta-te, pega a criança e sua mãe, e foge para o Egito". E quando o galo cantou, José levantou-se e partiu.
Capítulo 10
E enquanto ele refletia sobre o caminho que ele devia seguir, a aurora o surpreendeu: a correia da sela se havia rompido ao se aproximarem de uma grande cidade, onde havia um ídolo ao qual os outros ídolos e divindades do Egito rendiam homenagem e ofereciam presentes; sempre — que Satanás falava pela boca do ídolo, os sacerdotes relatavam o que ele dizia aos habitantes do Egito e de suas margens. Ora, este sacerdote tinha um filho de três anos que estava possuído por um grande número de demônios; ele profetizava e anunciava muitas coisas, e quando os demônios se apossavam dele, rasgavam suas roupas e ele corria nu pela cidade, jogando pedras nos homens. A hospedaria desta cidade ficava perto deste ídolo; quando José e Maria lá chegaram e se hospedaram, os habitantes ficaram profunda-mente perturbados, e todos os príncipes e sacerdotes dos ídolos se reuniram ao redor deste ídolo, perguntando-lhe: "Donde vem essa agitação universal, e qual é a causa deste pavor que se apoderou de nosso país?" E o ídolo respondeu: "Esse assombro foi trazido por um Deus desconhecido que é o Deus verdadeiro, e ninguém a não ser ele é digno das honras divinas, pois ele é o verdadeiro Filho de Deus. A sua aproximação, esta região tremeu; ela se emocionou e se assombrou, e nós sentimos um grande temor por causa do seu poder". E neste momento este ídolo caiu e quebrou-se, tal como os outros ídolos que estavam no país, e sua queda fez acorrerem todos os habitantes do Egito.
Capítulo 11
Mas o filho do sacerdote, acometido do mal que o afligia, entrou no albergue insultando José e Maria, dos quais os outros haviam fugido, e como Maria havia lavado as fraldas do Senhor Jesus e as estendera sobre umas madeiras, o menino possuído pegou uma das fraldas e colocou-a sobre sua cabeça. Imediatamente os demônios fugiram, saindo pela sua boca, e foram vistos sob a forma de corvos e serpentes. O menino foi curado instantaneamente pelo poder de Jesus Cristo, e ele se pôs a louvar o Senhor que o havia libertado e rendeu-lhe mil ações de graça. E quando seu pai viu que ele havia recobrado a saúde, exclamou, admirado: "Meu filho, mas o que te aconteceu, e como foste tu curado?" E o filho respondeu: "No momento em que me atormentavam, eu entrei na hospedaria e lá encontrei uma mulher de grande beleza que estava com uma criança, e ela estendia sobre umas madeiras as fraldas que acabara de lavar; eu peguei uma delas e coloquei-a sobre minha cabeça e os demônios fugiram imediatamente e me abandonaram". O pai, cheio de alegria, exclamou: "Meu filho, é possível que essa criança seja o Filho do Deus vivo que criou o céu e a terra, e, assim que passou perto de nós, o ídolo partiu-se e os simulacros de todos os nossos deuses caíram, e uma força superior à deles destruiu-os".
Capítulo 12
Assim se cumpriu a profecia que diz: "Chamei o meu filho do Egito" (I). Quando José e Maria souberam que este ídolo se havia quebrado, foram tomados de medo e de espanto, e diziam: "Quando estávamos na terra de Israel, Herodes queria que Jesus morresse e, com esta intenção, ele ordenou o massacre de todas as crianças de Belém e das vizinhanças, e é de se temer que os egípcios nos queimem vivos, se eles souberem que este ídolo caiu".
Capítulo 13
Eles então partiram e passaram nas proximidades do covil de ladrões que despojavam de suas roupas e pertences os viajantes que por ali passavam e, após tê-los amarrado, os arrastavam pelo deserto. Estes ladrões ouviram um forte ruído, semelhante ao do rei que sai de sua capital ao som dos instrumentos musicais, escoltado por grande exército e por uma numerosa cavalaria; apavorados, então, deixaram ali "todo o seu saque e apressaram-se em fugir. Os cativos, levantando-se, cortaram as cordas que os prendiam e, tendo retomado sua bagagem, iam retirar-se quando viram José e Maria que se aproximavam e perguntaram-lhes: "Onde está este rei cujo cortejo, com seu barulho, assustou os ladrões a ponto de eles terem fugido e nos libertado?" E José respondeu: "Ele nos segue".
Capítulo 14
Chegaram em seguida em outra cidade onde havia uma mulher endemoninhada, e quando ela ia buscar água no poço durante a noite o espírito rebelde e impuro apossava-se dela. Ela não podia suportar nenhuma roupa, nem morar em uma casa, e todas as vezes que a amarravam com cordas ou correntes, ela as partia e fugia nua para locais desertos; e ficava nas estradas e perto de sepulturas, e perseguia, apedrejando, aqueles que encontrava no caminho, de forma que ela era, para seus pais, motivo de luto. Maria viu-a e foi tomada de compaixão, e imediata-mente Satanás a deixou e fugiu sob a forma de um jovem rapaz, dizendo: "Infeliz de mim, por tua causa, Maria, e por causa de teu filho!" Quando esta mulher foi libertada da causa de seu tormento, olhou ao seu redor e corando por sua nudez procurou seus pais, evitando encontrar as pessoas; após haver vestido suas roupas, ela contou ao seu pai e aos seus o que lhe havia acontecido. Como eles fizessem parte dos habitantes mais distintos da cidade, hospedaram em sua casa José e Maria, demonstrando por eles um grande respeito.
Capítulo 15
No dia seguinte, José e Maria prosseguiram sua viagem, e à noite chegaram a uma cidade onde estava sendo celebrado um casamento; mas, em decorrência das ciladas do espírito maligno e dos encanta-mentos de alguns feiticeiros, a esposa ficara muda, de forma que ela não podia mais falar. Quando Maria entrou na cidade trazendo nos braços o filho, o Senhor Jesus, aquela que havia perdido o uso da palavra avistou-o e imediatamente pegou-o em seus braços, abraçou-o e apertou-o junto ao seu seio e cobriu-o de carinho. Imediatamente o laço que travava sua língua partiu-se e seus ouvidos se abriram, e ela começou a glorificar e a agradecer a Deus que a havia curado. E houve naquela noite uma grande alegria entre os habitantes desta cidade, pois acreditavam todos que Deus e seus anjos haviam descido no meio deles.
Capítulo 16
José e Maria passaram três dias nesse lugar, onde foram recebidos com grande veneração e esplendidamente tratados. Munidos de provisões para a viagem, partiram dali e chegaram em uma outra cidade. Como ela era próspera e seus habitantes tinham boa reputação, eles pernoitaram lá. Ora, havia nesta cidade uma boa mulher, e um dia em que ela havia descido até o rio para lavar-se, eis que o espírito mal-dito, assumindo a forma de uma serpente, se havia jogado sobre ela e cingido o seu ventre; e todas as noites estendia-se sobre ela. Ora, quando esta mulher viu Maria e o Senhor Jesus que ela trazia contra o seu seio, rogou à Santa Virgem que lhe permitisse segurar e beijar a criança. Maria consentiu, e assim que a mulher tocou a criança, Satanás abandonou-a e fugiu, e desde então ela não mais o viu. Todos os vizinhos louvaram o Senhor e a mulher recompensou-os com grande generosidade.
Capítulo 17
No dia seguinte, esta mesma mulher preparou água perfumada para lavar o menino Jesus e após o haver lavado, guardou esta água. E havia lá uma jovem cujo corpo estava coberto pela lepra branca; lavou-se ela com esta água e foi imediatamente curada. O povo dizia então: "Não resta dúvida de que José e Maria e esta criança sejam Deuses, pois eles não podem ser simples mortais". Quando eles se preparavam para partir, esta jovem que havia sido curada da lepra aproximou-se deles e rogou-lhes que lhe permitissem acompanhá-los.
Capítulo 18
Eles consentiram e ela se foi com eles; chegaram a uma cidade onde havia o castelo de um poderoso príncipe; foram até lá e se hospedaram nele. A jovem, aproximando-se da esposa do príncipe, encontrou-a triste, a chorar; então, perguntou-lhe qual a causa daquele pesar. E ela respondeu-lhe: "Não te espantes de me ver entregue à aflição; estou em meio a uma grande calamidade, que eu não ouso contar a ninguém". A jovem tornou: "Se me confessares qual é teu mal, talvez encontres remédio junto a mim". A esposa do príncipe disse-lhe: "Não revelarás este segredo a ninguém. Casei-me com um príncipe cujo império, semelhante a um império de um rei,estende-se por vastos estados, e, após haver vivido por muito tempo com ele, ele não teve de mim nenhum descendente. Finalmente, eu concebi, mas trouxe ao mundo uma criança leprosa; após havê-lo visto, ele não quis reconhecê-lo como seu filho, e me disse: `Mata esta criança ou entrega-a a uma ama que a crie num local tão afastado que jamais voltemos a ouvir dela. E pega o que é teu, pois não te verei nunca mais'. Eis porque me entrego à dor, deplorando a calamidade que sobre mim se abateu, e choro por meu marido e por meu filho". A jovem respondeu-lhe: "Pois não te disse que eu tenho para ti o remédio que te havia prometido? Eu também fui atingida pela lepra, mas fui curada por uma graça de Deus, que é Jesus, o filho de Maria". A mulher perguntou-lhe então onde estava este Deus do qual ela falava. A jovem respondeu-lhe: "Ele está bem aqui, nesta casa." Perguntou a princesa: "Como pode ser isso, onde está ele?". A jovem respondeu: "Aqui estão José e Maria, e a criança que está com eles é Jesus, e foi ele quem me curou dos meus sofrimentos". "E por que meio, disse a mulher, pode ele te curar? Não vais me contar?" A jovem respondeu: "Recebi de sua mãe a água na qual ele havia sido lavado, e espalhei-a então sobre meu corpo, e minha lepra desapareceu". A esposa do príncipe ergueu-se então e recebeu José e Maria, e preparou para José um magnífico festim, para o qual muitas pessoas foram convidadas. No dia seguinte, ela pegou água perfumada a fim de lavar o Senhor Jesus, e ela lavou com esta mesma água o seu filho, que ela havia trazido consigo, e logo ele se curou da lepra. Então, ela pôs-se a cantar louvores a Deus e a render-lhe graças, dizendo-lhe: "Feliz da mãe que te gerou, ó Jesus! A água com a qual o teu corpo foi lavado cura os homens que têm tua natureza." Ela ofereceu presentes a Maria e dela despediu-se, tratando-a com grande deferência.
Capítulo 19
Em seguida, chegaram a outra cidade onde deviam pernoitar. Foram à casa de um homem recém-casado mas que, atingido por um malefício, não podia desfrutar sua esposa; mas após haverem eles passado a noite perto do homem, o encantamento quebrou-se. Quando o dia amanheceu, preparavam-se para prosseguir a viagem, porém, o esposo impediu-os de partir e preparou-lhes um grande banquete.
Capítulo 20
No dia seguinte partiram, e ao se aproximarem de uma outra cidade, viram três mulheres que se afastavam de um túmulo, a verter muitas lágrimas. Maria, tendo-as visto, disse à jovem que os acompanhava "Pergunta-lhes quem são elas e qual a desgraça que se lhes abateu".
Elas não responderam mas puseram-se a interrogá-la dizendo: "Quem sois vós, e para onde ides? Pois o dia está terminando e a noite se aproxima". E a moça respondeu: "Somos viajantes e procuramos uma hospedaria para passar a noite". As mulheres responderam: "Acompanhai-nos e passai a noite em nossa casa." Eles seguiram portanto essas mulheres, e foram levados a uma casa nova, ornada e decorada por diversos móveis. Ora, era inverno, e a jovem moça, tendo entrado no quarto destas mulheres, encontrou-as ainda chorando e se lamentando. Ao lado delas, coberta por uma manta de seda, encontrava-se um mulo com forragem à sua frente. E elas davam-lhe de comer e o beijavam. A jovem disse então: "O minha senhora, como é belo este mulo!" ao que elas responderam chorando: "Este mulo que estás vendo é nosso irmão que nasceu de nossa mãe. Nosso pai deixou-nos com sua morte grandes riquezas, e nós só tínhamos este irmão, para quem tentávamos encontrar um casamento conveniente. Porém, mulheres dominadas pelo espírito da inveja, lançaram sobre ele, sem que soubéssemos, encantamentos. E uma certa noite, um pouco antes do amanhecer, estando fechadas as portas da nossa casa, encontramos nosso irmão transformado em mulo, tal qual o vês hoje. Entregamo-nos à tristeza, visto que não tínhamos mais nosso pai para consolar-nos; consultamos todos os sábios do mundo, todos os magos, os feiticeiros, tentamos de tudo, mas nenhum deles nada pôde fazer por nós. Eis porque sempre que nosso coração está a ponto de explodir de tristeza, nós nos levantamos e vamos junto com a nossa mãe que aqui está, ao túmulo de meu pai e, após haver chorado, retornamos para cá.
JESUS MENINO, SEGUNDO ESCRITOS ÁRABES

Um comentário:

  1. Nisto, chegaram alguns homens que carregavam uma criança em uma liteira. Este menino havia ido até a montanha com seus colegas para apanhar lenha, e, tendo encontrado um ninho de perdiz, pôs a mão para retirar os ovos, mas uma serpente escondida no ninho mordeu-o, e ele chamou seus companheiros para socorrê-lo. Mas quando chegaram, eles o encontraram estendido no chão e quase morto; então alguns familiares vieram e levaram-no à cidade. Quando chegaram ao local onde o Senhor Jesus estava sentado em seu trono como um rei, com outras crianças à sua volta, como sua corte, estas foram ao encontro dos que carregavam o moribundo e disseram-lhes: "Vinde e saudai o rei." Como eles não queriam aproximar-se por causa da tristeza que sentiam, as crianças traziam-nas à força. E quando estavam na frente do Senhor Jesus, ele perguntou-lhes por que estavam carregando aquela criança; responderam que uma serpente a havia mordido, e o Senhor Jesus disse às crianças: "Vamos juntos e matemos a serpente." Os pais da criança que estava prestes a morrer suplicaram para que os deixassem ficar, mas elas responderam: "Não ouvistes o que o rei disse: 'Vamos e matemos a serpente', e não deveríeis seguir suas ordens?" E apesar da sua oposição eles retornaram à montanha, carregando a liteira. Quando chegaram perto do ninho, o Senhor Jesus disse às crianças: "Não é aqui que se esconde a serpente?" E eles responderam que sim, e a serpente, chamada pelo Senhor Jesus, saiu e submeteu-se a ele. E o Senhor lhe disse: "Vai e suga todo o veneno que espalhaste nas veias desta criança." A serpente, arrastando-se, sugou todo o veneno que ela havia inoculado, e o Senhor em seguida amaldiçoou-a e, fulminada, morreu logo em seguida. E o Senhor Jesus tocou a criança com sua mão, e ela foi curada. E como ela se pusesse a chorar, o Senhor Jesus lhe disse: "Não chores, serás meu discípulo." E esta criança foi Simão de Cananéia, de quem se faz menção no Evangelho.ESCRITOS ÁRABES.

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