CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

AULA 23 - GESTAO DE RISCOS

 ÉTICA e INTEGRIDADE


Introdução

A gestão de riscos é um processo que visa identificar, analisar, avaliar, tratar e monitorar os riscos que podem afetar o cumprimento dos objetivos e a entrega de valor da Administração Pública. Os riscos podem ser de natureza interna ou externa, e podem envolver aspectos estratégicos, operacionais, financeiros, legais, regulatórios, ambientais, sociais, políticos, entre outros.

As medidas mitigatórias são as ações que visam reduzir a probabilidade ou o impacto dos riscos identificados, ou seja, diminuir a exposição ao risco. As medidas mitigatórias podem ser preventivas ou corretivas, e devem ser planejadas, implementadas e avaliadas de forma efetiva e eficiente.

O objetivo deste relatório é apresentar os principais conceitos, benefícios, desafios e boas práticas relacionados à gestão de riscos e às medidas mitigatórias na Administração Pública, bem como recomendar algumas ações para aprimorar esse processo.

Conceitos básicos

Segundo o COSO (Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission), um dos principais referenciais internacionais sobre gestão de riscos, o risco é definido como “o efeito da incerteza nos objetivos”. O risco pode ser positivo ou negativo, dependendo de como ele afeta o alcance dos objetivos. O risco positivo é chamado de oportunidade, e o risco negativo é chamado de ameaça.

A gestão de riscos é um conjunto de atividades coordenadas que visam direcionar e controlar uma organização no que se refere aos riscos.

A gestão de riscos envolve as seguintes etapas:

Estabelecimento do contexto: definir o escopo, os objetivos, os critérios e as responsabilidades da gestão de riscos.

Identificação dos riscos: reconhecer os eventos ou circunstâncias que podem afetar os objetivos da organização, bem como suas fontes, causas e consequências potenciais.

Análise dos riscos: estimar a probabilidade e o impacto dos riscos identificados, considerando os controles existentes e os cenários possíveis.

Ava22 abr. 2022

Toda empresa consolidada no mercado conta com uma gestão de riscos, afinal, em algum grau, suas vulnerabilidades ficam expostas, sendo assim, é necessário que sócios e colaboradores saibam como agir nas mais diversas situações.

No setor público não é diferente. Essa necessidade de um bom gerenciamento de riscos é essencial, demandando ferramentas que ajudem na tomada de decisões complexas como riscos de saúde, riscos ambientais, riscos ao bem-estar econômico, entre outros.

Na Plano, somos especialistas no atendimento a empresas do setor público, sendo responsáveis por direcionar, inclusive, na implementação/aperfeiçoamento do gerenciamento de riscos.

Gestão de Riscos na Administração Pública – Discussão necessária

Diante de tantas complexidades presentes na gestão pública e das constantes mudanças, inclusive, por conta de novas tecnologias, para uma boa tomada de decisões é fundamental contar com uma gestão de riscos eficiente.

A implementação de gerenciamento de riscos é consequência das constantes melhorias na qualidade dos serviços públicos e eficácia de políticas públicas.

Para o economista de Harvard, Peter L. Bernstein, o risco não é sinônimo de perigo, pois se trata da imprevisibilidade quanto ao futuro.

Para ele, a boa gestão de riscos na administração pública requer uma abordagem sistemática que possibilita um conjunto de cenários e a oportunidade da reflexão diante dos possíveis resultados.

A capacidade de lidar com os riscos também é sinal de maturidade no ambiente organizacional.

Outros pesquisadores apontam o risco como a probabilidade de que algum evento ocorra, podendo ser bom ou mau, ou seja, essa abordagem quebra com a ideia de que riscos estão atrelados apenas a aspectos negativos.

No setor público, as necessidades são diferenciadas, isso porque é um setor que precisa apresentar resultados e valores que sejam essenciais para o exercício da cidadania, além disso, deve-se constantemente pensar no desenvolvimento dos dirigentes públicos.

Também é necessário que exista um alinhamento de ações entre as esferas administrativas (federal, estadual e municipal) e as instituições responsáveis pela capacitação de políticas para a melhoria da gestão no setor público.

Dentre as principais reflexões quanto a gestão de riscos na administração pública, estão:

  • A preocupação central da gestão de riscos é o cuidado ao bem público, ou seja, no primeiro plano no gerenciamento está o interesse público;
  • Nenhum servidor público que seja inovador pode evitar decisões que envolvam riscos;
  • A capacidade do governo de gerenciar riscos depende das habilidades de seus funcionários.

Conforme a inovação, surgem novos desafios e maior demanda pela gestão de riscos na administração pública, sendo assim, os servidores públicos são peça-chave fundamental nesse contexto.

Para que os servidores possam aprender a melhor gerenciar os riscos, há algumas importantes orientações, como:

  • Trabalho com base na experiência pessoal e comunitária;
  • Se apropriar de áreas onde não se possui experiência por meio da aplicação da técnica de tentativa e erro;
  • Aprofundamento na teoria para a observação que leva à ação.

No setor público, um dos principais objetivos da gestão de riscos é conseguir diminuir os custos de atividades que apresentam incerteza e aumentar a margem de benefícios sociais e econômicos.

O governo lida com riscos o tempo inteiro e esses riscos podem incidir sobre a população, portanto, a responsabilidade é enorme.

A gestão de riscos engloba:

  • Identificação do risco;
  • Medir o impacto do risco que foi identificado;
  • Decisão sobre como cada risco relevante pode ser minimizado;
  • Resposta ao risco.

O que se espera no futuro?

O foco da gestão de riscos na administração pública está no interesse coletivo e precisa provocar melhorias na qualidade dos serviços que são ofertados pelo governo, assim como as políticas públicas devem ser eficazes.

Será preciso cada vez mais a rápida adaptação às mudanças que acontecem. Constantemente é avaliada a capacidade dos governos no planejamento, formulação e implementação de políticas e cumprimento de ações.

Considerando a importância da Governança Corporativa é dever de todos que administram os recursos públicos, a prestação de contas e os controles internos e externos responsáveis por supervisionar as ações e decisões no setor administrativo.

O quanto se pode melhorar a funcionalidade da Gestão Pública e consequentemente o atendimento à população é um dever de todos os envolvidos.

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Design Thinking pode ajudar empresas no cenário de crise

25 nov. 2021

O mundo tem vivenciado um período histórico complexo. As expectativas de que 2021 seria um ano mais tranquilo deram lugar a uma sensação de confusão a muitas organizações. São mais de 100 países que procuram gerenciar os impactos de uma pandemia.

Wesley Victal, Especialista em Transformação Organizacional na Plano Consultoria, esclarece sobre os principais desafios que muitas empresas enfrentam nesse momento e como o Design Thinking pode ser uma ferramenta indispensável nessa reestruturação de processos necessária.

Principais desafios da atualidade

Para o especialista, é muito difícil falar em apenas um desafio, já que cada empresa tem as suas necessidades e particularidades, porém, há algo que para ele está presente em muitas empresas:

“É aquele pensamento de “cada um no seu quadrado” ou quando cada pessoa se isola em sua área ou departamento. E com essa perspectiva em comum, faltam pessoas com uma percepção sobre o todo, de toda a cadeia produtiva. Esse pensamento individualista faz com que o conhecimento não atravesse as fronteiras, ou seja, fica restrito às respectivas áreas”.

Quando o conhecimento fica limitado, isso impede a fluidez na organização, uma visão macro e micro do que está ocorrendo. “Não se soluciona um problema olhando apenas para um pequeno fragmento, até mesmo porque os problemas das empresas são transversais. E quando se ignora o todo, o máximo que as empresas conseguem é apagar incêndios em determinadas áreas e não chegar à raiz do problema”, acrescenta.

Para Wesley, o modelo de segmentação, que durante muito tempo foi importante para que as empresas se consolidassem, agora precisa ser desconstruído, dando lugar a um espaço de colaboratividade, ao que é conhecido como potência ou inteligência coletiva.

Estamos num contexto sem condições de previsões assertivas

Havia e ainda há um anseio de previsibilidade por parte das empresas, quanto ao investimento em pessoas, recursos, etc.

“O que muitas empresas se preocupavam principalmente era com o processo, mais do que com o produto final. Hoje muitas empresas têm mudado o pensamento e visto o processo como secundário e colocado o resultado como objetivo principal. Atualmente, se algo no processo não vai bem, há uma flexibilidade muito maior para ajustes, debates, etc.”, explica o especialista.

Wesley conta sobre uma experiência em que ao participar de um planejamento, com um projeto que tinha como característica o ambiente mais ágil e flexível, ainda assim, o cliente questionou quanto ao que foi estipulado em relação à quantidade de horas que tinha sido estabelecida:

“Mas aquela havia sido uma previsão de tempo para aquele momento e durante o processo é natural que algumas coisas passem por mudanças. Conforme o projeto vai andando, mudanças vão acontecendo, o que é natural, por isso, não se pode mais nesse contexto, trabalhar com planejamentos rígidos”, orienta.

Como o Design Thinking pode ajudar empresas em cenários conturbados

O especialista reafirma que se apegar a um processo pode ser muito complicado.

“Eu não gosto de ver o Design Thinking como um processo, que precisa ser seguido passo a passo. Mas nesse contexto de isolamento, acredito que uma contribuição maior seria a prototipação, no sentido de ouvir, de capturar percepções. Um protótipo simples e objetivo, que permita àquelas pessoas que, que em tese, farão parte do perfil que se deseja, falar sobre as suas percepções, acredito que pode ser muito útil”.

Victal acredita que mais do que o processo de ideação e discovery, a prototipação, o teste e a possibilidade de ouvir e pivotar, seja um aspecto muito rico para as organizações nesse cenário atual.

Case de transformação organizacional

O especialista cita um trabalho em uma grande empresa do ramo alimentício, que apresenta um problema comum a empresas grandes: hierarquia muito evidente, foco em metas e o cliente não é a prioridade nesse cenário.

“Vamos pensar que uma empresa vende para clientes e o que está em primeiro lugar são as metas. E metas que conflitam entre as áreas, ou seja, não se tratam de metas transversais. Quando se sugere uma mudança em prol do cliente, percebe-se que a preocupação da empresa está em primeiro atingir essas metas”, explica.

O especialista conta que junto a especialistas da Plano, houve uma atuação como habilitadores no ambiente, ou seja, em transformá-lo em um espaço colaborativo e de cocriação, em que as pessoas fossem despertadas a um sentimento de pertencimento e se assumissem como um time, na tentativa de responder a um desafio.

“Trabalhamos de maneira individualizada, nesse projeto. Tratava-se de um time de quinze pessoas e atuamos de uma forma em que cada uma das características pessoais dessas pessoas fosse levada em conta, de modo que todos eles se conhecessem como pessoas, e não como um cargo ou como profissional, para que pudessem trabalhar em prol de um desafio.”

Quando se trata de empresas mais hierarquizadas, o especialista acredita que o Design Thinking pode ser enxergado num primeiro momento como algo “trabalhoso” para as organizações, porque requer muita adaptação.

“Metaforicamente é como seguir por determinado caminho e ir percebendo que não é por aquele caminho que se tem que ir. Quando eu tenho um protótipo, por exemplo, eu preciso pivotar, eu preciso de uma nova rota. Em ambientes rígidos, essas mudanças e constante adaptabilidade não são tão bem aceitas”.

Ao planejar, se percebe em determinados momentos que algo precisa ser urgentemente revisto, mudado, adaptado, etc.

Desapego do processo – parte fundamental da cocriação

“O apego precisa ser quanto ao resultado”, é nisso que acredita Wesley Victal. A pergunta que as empresas devem se fazer é: qual o impacto que quero gerar?

“As pessoas olham para o Design Thinking como um processo. E não é seguindo um passo a passo que se chega ao objetivo que se quer. Será preciso talvez passar por ciclos algumas vezes até o resultado. E o design thinking definitivamente não é um trabalho de uma pessoa, de um departamento, de uma parte da empresa, é um trabalho resultado de uma perspectiva ecossistêmica”.

Para o especialista, para um processo de cocriação, é fundamental essa visão colaborativa:

“Empresas que querem que os times alcancem resultados mais interessantes, mais diversos, mais criativos, precisam contar com times, não apenas internamente, mas de fora, ou seja, um ecossistema maior de participantes para um bom resultado e aí percebe-se que o conjunto, coletivo, com todas as diferentes perspectivas é que trazem a riqueza e soluções”, acredita.

Para Wesley, é preciso desmistificar que não é o design thinking em si que proporciona transformações e resultados, mas trata-se de uma ferramenta habilitadora, capaz de tornar um ambiente favorável, que nem sempre é sinal de que trará os resultados desejados.

“Quando a gente aplica o design thinking em algumas organizações. Promover um ambiente de diálogo é um grande desafio. Quando as pessoas aceitam que as suas visões são apenas perspectivas individuais dentro de um fenômeno e que são necessárias novas perspectivas para uma visão mais ampla, aí cria-se uma atmosfera mais humana e abre-se o espaço para o diálogo e não para o debate, em que alguém quer ganhar. No design thinking ninguém sozinho sabe de nada e é o coletivo que reverbera a visão e transformação”, conclui.

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