CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

DEUS, NOSSO PAI, MANDA SEU FILHO, PROVA O SEU AMOR POR NÓS. ELE MORREU POR NÓS E VIVE PARA SEMPRE. CONVERSÃO É GRATIDÃO,É AMOR.

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  • Reflexão
  • 1. Quando nos deparamos com o texto da transfiguração do Senhor, vislumbramos uma altíssima teologia revelativa da verdade sobre Jesus Cristo, Sua missão e condição e o futuro para todos aqueles que se fizerem discípulos DELE. Em poucas palavras, o autor mostra quem é Jesus, o que LHE sucederá, a importância DELE para a Igreja e para o mundo e Sua vitória sobre o medo, a desconfiança, a tristeza e a fraqueza que assombram Seus discípulos.

  • 2. Uma primeira informação é a de que se trata de algo acontecido "seis dias depois" daquele encontro em Cesaréia de Filipe onde Pedro, por inspiração divina afirmou que Jesus "é o Cristo, o Filho do Deus vivo" e, em seguida, movido pela expectativa messiânica dominante de um messias político, instigado pelo Diabo, protagonizou o primeiro anúncio da Paixão do Senhor; momento Difícil para Pedro e para os demais apóstolos, pela dureza da resposta de Jesus na defesa contra a investida de Pedro ao ser contrariado naquilo que determinava sua visão messiânica. Estava claro que os apóstolos ainda não estavam totalmente conscientes da realidade de Jesus em si mesmo e daquilo que Ele iria sofrer para conquistar a redenção humana. Pois bem, no Monte Tabor ou, talvez, segundo alguns estudiosos, o Monte Hermon (2750m), Jesus se transfigura diante do núcleo duro dos seus discípulos: Pedro, Tiago e João, os assim chamados colunas da Igreja (Gl 2,9).
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  • 3. Outra informação importante é quanto as vestes. “Suas roupas ficaram brilhantes e tão brancas como nenhuma lavadeira sobre a terra poderia alvejar”. Aqui está um sinal claro da ressurreição. A morte não será o fim! Essa é uma demonstração de consolo, confiança e incentivo para os discípulos, que estavam apavorados, com medo. Cristo já havia dito antes que os líderes do Sinédrio o matariam, mas Ele ressuscitaria no Terceiro Dia (cf. Mt 16,21; Mc 8,31; Lc 9,22). Também fala, com referência ao Templo, que destruido, seria reconstruido em três dias (cf. Jo 2,19). Essas vestes tão alvas também revelam o sofrimento pelo qual Ele haveria de passar, justamente porque tal brancura se manifesta depois de muito sofrimento na lavagem das roupas, sacudidas nas pedras, em alguns casos pisadas até chegarem à limpeza desejada. Pois bem, para se alcançar a ressurreição é preciso não temer passar por rejeições, humilhações, cusparadas, pancadas, etc., e, para além disso, em casos específicos, literalmente enfrentar a cruz até a morte.
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  • 4. “Apareceram-lhe Elias e Moisés, e estavam conversando com Jesus”. Esse quadro revela a centralidade de Jesus e, ao mesmo tempo, Aquele para o qual tudo converge e se realiza. Cristo como a plenitude da Lei e da profecia, isto é, das Escrituras é mais do que um patriarca, é mais do que um profeta, mesmo que sejam considerados determinantes para Israel. Moisés é o indicador da Lei; Elias, da profecia. Ambos são colocados voltados para Jesus e em diálogo com Este, sinal de que não se pode abdicar do Antigo Testamento, que constitui a realidade da promessa, da preparação para a chegada do Messias. Segundo Lucas, eles conversavam sobre a morte que Jesus iria sofrer em Jerusalém. Por sua vez, sendo Cristo a chave de interpretação de todas as Escrituras Sagradas, além de ser o Centro, a Luz, o Entendimento e também a Realização de toda a Palavra de Deus, mesmo assim, apresentadondo-Se como a PALAVRA DA SALVAÇÃO, preparava-se para a páscoa definitiva.
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  • 5. “Mestre, é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. De fato, era muito bom permanecer ali, contemplar esse grande mistério, mas não era esse o objetivo da transfiguração, até porque muito mais do que isso, eles vão ter depois da morte, permanecendo firmes como autênticos discípulos. Não é possível atingir a ressurreição sem antes enfrentar a entrega de si mesmo e a morte. Além disso, Pedro e os demais não estavam entendendo não somente o mistério, mas também a necessidade de serem encorajados, mergulhados nesse mistério para, decididamente, enfrentarem a cruz, não somente em Jesus, mas também na vida deles, em fidelidade, confiança e amor, na esperança da ressurreição. Era necessário conhecerem mais profundamente o Mestre, mas para isso deveriam caminhar com Ele até Sua entrega total na cruz. Fixar tendas seria o mesmo que permanecer no conforto da promessa, na compreensão do passado, numa realidade saudosa sem a legítima reação aos desafios criados pelo mundo contra a presença do Filho de Deus. O olhar agora não é mais para trás. É preciso avançar para "águas mais profundas", mesmo que tenha de enfrentar o ódio do mundo.

  • 6. Nesse ambiente teofânico, marcado, inclusive pelo sinal da presença de Deus, a sheknah, simbolizada pela nuvem, vem a revelação de que Jesus é o Filho (cf. Sl 2,7: um rei declarado filho), o Rei (que entregará sua vida), o Servo e a Palavra absoluta do Pai. Os discípulos são convidados ao Shemá, à escuta da verdade sobre Deus e Seus ensinamentos, o cumprimento de Dt 6,4. O Pai interfere e revela quem é Jesus: "Meu Filho Amado" e manifesta Sua vontade: "Escutai-o". Fica claro que os apóstolos necessitavam de uma escuta mais profunda, de um conhecimento mais íntimo de Jesus Cristo. Por falta de escuta, eles ainda pereciam na escuridão de um messianismo contrário ao próprio Messias, padeciam de uma ignorância terrível por não conseguirem abandonar seus interesses marcados pela lógica de homens que buscavam a si mesmos. A voz é clara: "Escutai-o". É necessário inclinar-se totalmente para Jesus Cristo, voltar-se de modo total para Ele, envolver-se, sem medo, com tudo que Ele é, ensina e faz. Caso contrário, não haverá um verdadeiro discipulado.
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  • 7. "Ao descerem da montanha, Jesus ordenou que não dissessem a ninguém o que tinham visto, até que o Filho do Homem tivesse ressuscitado dos mortos". Essa grande verdade só pode ser revelada mediante a ressurreição. A clareza da fé não seria possível antes da vitória sobre a morte, sobre o Maligno e o pecado de modo geral. Certamente, havia, ao lado do medo, o vislumbramento, mas não certeza, entrega total. De fato, eles nem sequer entendiam o significado de “ressurreição dos mortos”, na forma como Jesus a concebia. Depois dessa grande experiência, os discípulos são convidados à missão, com mais maturidade na fé crista, a fim de que todos possam conquistar o futuro glorioso de Deus, a comunhão com o próprio Senhor por toda a vida. A missão dará frutos por causa da presença de Jesus no meio deles (Jesus desce com eles). Interessante é que, quando Jesus foi crucificado, não foram os apóstolos, mas justamente um pagão, aos pés da cruz, quem conseguiu enxergar Jesus como verdadeiro o Filho de Deus. Também ali, um dos ladrões conseguiu perceber que se tratava de um verdadeiro Rei.
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  • Um forte e carinhoso abraço.

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