CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

sábado, 5 de outubro de 2024

Jesus está indo na direção de Jerusalém. Enquanto ensina ao povo, alguns fariseus querem apenas pô-lo à prova, querem apenas vê-lo desmoralizado diante de todos.

 


Jesus está indo na direção de Jerusalém. Enquanto ensina ao povo, alguns fariseus querem apenas pô-lo à prova, querem apenas vê-lo desmoralizado diante de todos. Alguns ainda hoje agem da mesma forma como faziam esses fariseus: não escutam a Palavra de Deus, mas procuram, sentindo-se os donos do pensamento do Altíssimo, colocar armadilhas para quem verdadeiramente é servo da Palavra. Como sempre vão existir inimigos do bem, cabe ao discípulo de hoje, como fizera o de ontem, preparar-se bem, ser uma pessoa realmente de oração, estar atento à escuta da Palavra de Deus, ser verdadeiramente amigo ou amiga do Senhor em tudo, a fim de conceder aos interessados uma sempre mais profunda resposta da verdade.


 


2. Alguns fariseus apresentam a Jesus o caso do divórcio, permitido por Moisés. Jesus dar uma resposta, mostrando a eles que a questão não está no que fez Moisés, mas no próprio povo, por causa de sua dureza de coração, incapaz de abrir-se totalmente a Deus. Como novo Moisés, Jesus revela-lhes a verdade do matrimônio de acordo com o pensamento inicial de Deus. Homem e mulher foram unidos por Deus, por isso não cabe ao homem separá-los. O matrimônio está dentro dos planos de Deus, é um projeto do Altíssimo. Ninguém deve pensar no matrimônio em vista de sua própria satisfação, pois, dessa forma, contraria um projeto que lhe é superior.


 


3. Duas coisas são importantes aqui: a unidade, estabelecida por Deus mesmo, tendo como fundamento o amor; e a questão do prazer. A realidade matrimonial, partindo da vontade de Deus, fundamenta-se exclusivamente no amor. Por isso mesmo, necessariamente tem de ser verdadeiro e aberto á vontade do Senhor. Ou seja, amor, verdade e fé devem ser a base e o horizonte de todo relacionamento matrimonial. Somente a partir daí, a essência do matrimônio, como fidelidade, unidade e fecundidade pode ser vivida dignamente. O grande problema que se estabelece no universo matrimonial é a incapacidade de superação do próprio egoísmo e da falta de fé de muitos. A vida matrimonial torna-se, muitas vezes, um peso terrível, porque muitos querem somente realizar sua vida prazerosa, fazendo do outro um objeto de prazer contínuo e, ainda, escravizando o outro como se ele ou ela fossem um puro objeto de prazer ou de desmandos doentios pessoais. A isso, some-se a questão da falta de fé, da incapacidade de renunciar a si mesmo, enxergando o mistério do amor de Deus, que se esvazia para o bem do outro.


 


4. O casal precisa aprender a linguagem do amor, mas do amor como oblatividade, isto é, entrega de si mesmo para o bem do outro. O amor não é prazer sexual, não é sentimento, não é afeto, mas doação de si, entrega da própria vida, mesmo num contexto de inimizade. Ainda que não haja mais afeto, cabe a quem realmente tem fé, fazer-se um dom, a fim de conquistar o outro para a vida de comunhão consigo e com Deus. O amor ultrapassa os limites físicos, da presença corporal. Mesmo que não seja mais possível uma vida de comunhão física, quem ama continua unido no vínculo estabelecido por Deus, porque ama verdadeiramente, porque tem fé, porque descobriu a dignidade do outro. Certamente, dessa forma, vive-se um deserto, mas com certeza superável. O matrimônio exige convicção na reciprocidade do amor e absoluta entrega de si mesmo ao plano de Deus. O divórcio constitui um não a Deus e à dignidade humana.



5. A família é uma criaçao de Deus. Qualquer coisa que lhe seja obstáculo deve ser imediatamente rejeitada. Deus quis o homem e a mulher unidos para a construção de um verdadeiro lar. O mundo pensa diferente, quer outra coisa, segue outra ideia falsificadora da Lei de Deus. Ele rejeita, por exemplo, as crianças, impõe regras desumanas e cheias de ilusões. Jesus, por sua vez, acolhe os pequeninos, mostra seu valor e importância e coloca-os aos cuidados dos seus discípulos, que tiveram de aprender essa grande lição do Mestre. O gesto repreensivo dos discípulos indica uma ação de proteção ao Mestre, para não ser importunado pelos pais daquelas crianças. Essa atitude é o reflexo da sociedade de Israel e de toda a Palestina. Também é o reflexo de quem não consegue enxergar as pessoas em suas necessidades, nos seus valores e dignidade. Tal ação privilegia autoridades, pessoas de renome, posição social, homens e mulheres poderosos e, na atualidade, aqueles que consideram em suas ideologias. 


 


6. Jesus fica indignado com essa atitude, porque um discípulo Seu jamais deve acatar uma mentalidade dentro dos padrões da mundanidade, que prescinde das crianças, dos pobres e daqueles de vida comum, não envolvidos em nada que lhes conceda fama e aplausos. Essa é a fisionomia do sistema econômico: os pobres, as crianças e os idosos são problemas, porque nada produzem, só consomem. O objetivo do sistema é o LUCRO. Quem só dá despesas é marginalizado.

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