‘Jornal Nacional’: emissora é acusada de alienar o povo
(Reprodução)
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Circula pelas redes sociais a seguinte notícia: “The New York Times detona a Globo: ‘TV Que Ilude o Brasil’”. É de uma profunda desonestidade intelectual, mas, vindo de onde veio, não chega a ser surpresa.
E não: eu não ganho para falar bem da Globo, do SBT, da Record, da Bandeirantes, do Netflix ou para paparicar fã-clubes. Quem paga esta coluna é o Yahoo! Brasil. É um blog sobre análise de TV – e o método aqui empregado é o de um apreciador de futebol que assiste a uma partida sem torcer para nenhum dos times. Ou seja, é mais fácil ver os erros e
apreciar as boas jogadas de ambos os lados. Dito isto, vamos aos fatos:
apreciar as boas jogadas de ambos os lados. Dito isto, vamos aos fatos:
Primeiramente não foi o ‘The New York Times’ que detonou a Globo, mas
uma colunista brasileira cuja coluna é reproduzida no jornal. Digamos que
eu escreva um texto dizendo que ‘The Voice Brasil’ é uma porcaria.
Ninguém poderá sair por aí estampando: “Yahoo! detona ‘The Voice’”, porque
a opinião é minha. Assim como a opinião da colunista não é a mesma do ‘New
York Times’. Todos nós – ela, eu e outros colunistas – assinamos termos nos
responsabilizando pelo o que escrevemos.
uma colunista brasileira cuja coluna é reproduzida no jornal. Digamos que
eu escreva um texto dizendo que ‘The Voice Brasil’ é uma porcaria.
Ninguém poderá sair por aí estampando: “Yahoo! detona ‘The Voice’”, porque
a opinião é minha. Assim como a opinião da colunista não é a mesma do ‘New
York Times’. Todos nós – ela, eu e outros colunistas – assinamos termos nos
responsabilizando pelo o que escrevemos.
Em segundo lugar, a coluna em si. Li a dita cuja. Começa com a colunista
assumindo que não tem o costume de ver TV e que tirou uma terça-feira para
assistir à Globo e fazer uma análise. Mesmo assim, informou ela, pulou
a parte da tarde, pois considerou que a programação era repetitiva (filmes e
reprises de novelas).
assumindo que não tem o costume de ver TV e que tirou uma terça-feira para
assistir à Globo e fazer uma análise. Mesmo assim, informou ela, pulou
a parte da tarde, pois considerou que a programação era repetitiva (filmes e
reprises de novelas).
É curioso ver a avaliação de alguém que não costuma ver televisão. Há um
certo olhar mais apurado sobre fatos, frases e comportamentos que nós,
espectadores assíduos, às vezes deixamos passar. Por outro lado, há o risco
de se ter uma análise equivocada devido a um fator: o analista em questão
simplesmente não está habituado a assistir à televisão.
certo olhar mais apurado sobre fatos, frases e comportamentos que nós,
espectadores assíduos, às vezes deixamos passar. Por outro lado, há o risco
de se ter uma análise equivocada devido a um fator: o analista em questão
simplesmente não está habituado a assistir à televisão.
No caso da análise sobre a Globo, praticamente tudo observado pela colunista
pode ser aplicado às outras emissoras: as análises superficiais nos telejornais,
os clichês nas novelas, a demasiada atenção às notícias que, segundo ela,
são menores (como as informações sobre o trânsito pela manhã). O problema é
que a Globo, por ser a maior emissora do país, é responsabilizada por uma
lavagem cerebral que leva a população brasileira à suprema alienação. É
quase como dizer que a emissora carioca seria a grande culpada pelas mazelas
sociais do Brasil.
pode ser aplicado às outras emissoras: as análises superficiais nos telejornais,
os clichês nas novelas, a demasiada atenção às notícias que, segundo ela,
são menores (como as informações sobre o trânsito pela manhã). O problema é
que a Globo, por ser a maior emissora do país, é responsabilizada por uma
lavagem cerebral que leva a população brasileira à suprema alienação. É
quase como dizer que a emissora carioca seria a grande culpada pelas mazelas
sociais do Brasil.
É um raciocínio que se finge de complexo, mas no fundo é bem simplista.
Imputar à Globo tal responsabilidade é cômodo. Elejamos um inimigo e pronto.
Sejamos sinceros: se
a Globo saísse do ar o país melhoraria? Restaria o que, então, na TV aberta?
Novelas bíblicas, realities e programas policiais? Não sei você, mas meu
conceito de melhoria não passa por aí.
Imputar à Globo tal responsabilidade é cômodo. Elejamos um inimigo e pronto.
Sejamos sinceros: se
a Globo saísse do ar o país melhoraria? Restaria o que, então, na TV aberta?
Novelas bíblicas, realities e programas policiais? Não sei você, mas meu
conceito de melhoria não passa por aí.
Curiosamente, ontem, o programa ‘Profissão Repórter’ teve como tema a invasão
das escolas estaduais em São Paulo. Trata-se de um movimento civil,
tocado por alunos que se rebelaram contra as novas diretrizes ditadas pela
Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. No programa, os repórteres
entraram nas escolas ocupadas, onde conversaram com alunos, professores
e até dormiram em algumas delas. Em nenhum momento tomaram posição
a favor do Estado ou amenizaram as críticas dos alunos ao novo plano. Foi
uma boa e esclarecedora cobertura jornalística.
das escolas estaduais em São Paulo. Trata-se de um movimento civil,
tocado por alunos que se rebelaram contra as novas diretrizes ditadas pela
Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. No programa, os repórteres
entraram nas escolas ocupadas, onde conversaram com alunos, professores
e até dormiram em algumas delas. Em nenhum momento tomaram posição
a favor do Estado ou amenizaram as críticas dos alunos ao novo plano. Foi
uma boa e esclarecedora cobertura jornalística.
BLOG TELA PLANA DO YAHOO
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