(ERBS JR. / Erbs Jr./ Frame Photo/ AE)
Pouco antes de começar a Copa do Mundo, aqui no Brasil, um amigo jornalista foi visitar José Maria Marin, em seu apartamento na alameda Casa Branca, nos Jardins. Seco e grave, Marin lhe confidenciou:
– Você se considera jornalista investigativo? Se sim, tente investigar o esquema que o marqueteiro João Santana montou com Lula no exterior…não há quem consiga investigar isso e eu sei de tudo, mas fico apenas com a dica que te dou…
Marin não falou mais. Nem meu amigo o procurou novamente. Sobre o esquema? Era então inexpugnável, indevassável, porque não tínhamos ainda a Lava Jato.
Mas sobre esse esquema publiquei dois posts, em março e maio de 2015:
Pois bem: eis o que saiu em Veja:
“João Santana, condutor das últimas grandes vitórias do PT, está em via de se transformar no mais novo estorvo do partido. Ele entrou na mira da Operação Lava-Jato. A partir da análise do emaranhado de contas mantidas em paraísos fiscais, o marqueteiro da campanha da presidente Dilma está sob investigação da Polícia Federal e do Ministério Público. Informações enviadas ao Brasil pelas autoridades da Suíça, que cooperam com os investigadores brasileiros, indicam que Santana recebeu secretamente dinheiro do esquema por meio de contas mantidas no exterior. Há indícios de que dinheiro do petrolão foi usado para pagar, lá fora, despesas de campanhas do PT. VEJA confirmou com três envolvidos na investigação que o marqueteiro do PT é figura central de um novo polo de apuração de ilícitos. Nas palavras de um investigador, “nunca antes a Lava-Jato chegou tão perto do Palácio do Planalto”.
A inclusão de João Santana na lista de suspeitos tem potencial devastador. Foi no auge do escândalo do mensalão que Duda Mendonça, o mago das campanhas petistas, admitiu à CPI dos Correios que recebera no exterior o pagamento pelos serviços prestados durante a eleição de Lula. Agora, no auge do petrolão, João Santana, o sucessor de Duda, aparece como investigado pelas mesmas razões. Santana comandou as campanhas vitoriosas de Dilma Rousseff em 2010 e 2014, destacando-se na última por teatralizar uma série de mentiras sobre a realidade brasileira. “São especulações tão irrealistas e genéricas que não tenho nem o que comentar”, disse Santana a VEJA na sexta-feira. Os dados enviados pelas autoridades suíças estão no Departamento de Recuperação de Ativos (DRCI) do Ministério da Justiça”.
Tudo o que Marin confidenciou (e não foi muito) se fez verdade.
Marin fez delação premiada sobre a Fifa. Se fala o que sabe sobre a conexão João Santana-Lula, o mundo vai se liquefazer como em Mariana…
Cláudio Tognolli / YAHOO
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