Especialista destaca que governo enfrenta dificuldades tanto para aumentar arrecadação como para cortar gastos
Com
o ajuste fiscal pela metade e indicadores, como inflação, crescimento
econômico e desemprego, cada
vez piores, a dúvida de especialistas é quanto a situação da economia
brasileira ainda pode se agravar se as medidas de controle nas contas
públicas continuarem emperradas no Congresso. A projeção de que o pior
já havia passado após a divulgação da queda do Produto Interno Bruto no
segundo semestre pode não se concretizar caso o Planalto não consiga
aprovar projetos que garantam o equilíbrio fiscal.
— A indústria tem sido beneficiada pelo dólar mais alto, que facilita
a exportação. Mas esse ganho é anulado em boa parte pelo cenário de
incerteza. Na dúvida, o empresariado reduz investimento, espera e, na
necessidade, demite. O ajuste é recessivo, mas é crucial para trazer
clareza para a iniciativa privada – explica Julio César Gomes de
Almeida, professor da Unicamp e ex-secretário-executivo do Ministério da
Fazenda.
Nesta terça-feira, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontou
que o faturamento da indústria de transformação caiu 8,4% em setembro,
na comparação com mesmo mês do ano passado. Além disso, o indicador de
utilização da capacidade instalada alcançou um novo recorde negativo e
caiu para 77,7%, nível mais baixo desde janeiro de 2003.
Professor da Escola de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV),
Emerson Marçal, relembra que o governo tem enfrentado dificuldade dos
dois lados, tanto para aumentar arrecadação quanto para cortar gastos, o
que considera "preocupante."
— Não devemos achar que a CPMF vá resolver. É uma medida amarga, mas
um rombo nas contas neste momento é ainda pior. Podemos ter um ano tão
ruim em 2016 quanto está sendo 2015 — projeta Marçal.
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