CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

terça-feira, 30 de julho de 2024

Explica-nos a parábola do joio!" 37 Jesus respondeu: "Aquele que semeia a boa semente é o Filho do Homem.

 


Naquele tempo, 36 Jesus deixou as multidões e foi para casa. Seus discípulos aproximaram-se dele e disseram: "Explica-nos a parábola do joio!" 37 Jesus respondeu: "Aquele que semeia a boa semente é o Filho do Homem. 38 O campo é o mundo. A boa semente são os que pertencem ao Reino. O joio são os que pertencem ao Maligno. 39 O inimigo que semeou o joio é o diabo. A colheita é o fim dos tempos. Os ceifadores são os anjos. 40 Como o joio é recolhido e queimado ao fogo, assim também acontecerá no fim dos tempos: 41 o Filho do Homem enviará os seus anjos e eles retirarão do seu Reino todos os que fazem outros pecar e os que praticam o mal; 42 e depois os lançarão na fornalha de fogo. Ali haverá choro e ranger de dentes. 43Então os justos brilharão como o sol no Reino de seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça".

— Palavra da Salvação.

Reflexão

A clareza dos ensinamentos de Jesus pertence aos Seus discípulos. Jesus mesmo é o que semeia a boa semente, que são os filhos do Reino; o campo é o mundo; o joio são os filhos do maligno; o adversário é o diabo; a colheita é o fim do mundo; os ceifeiros são os anjos. Na verdade, o texto trata de uma questão não somente escatológica, dando ênfase não à semeadura, mas à colheita, mas também a realidade mesma da comunidade cristã. Por isso, contradiz a impaciência messiânica dos seguidores de Jesus, afastando a ideia de uma comunidade de “puros”, desligados da realidade do mundo. Os discípulos devem ter os olhos fixos na justiça de Deus, mesmo habitando em um campo envolvido também com as injustiças. Não pertence a eles fazer justiça de qualquer jeito, procurando imediatamente eliminar os inimigos. Essa seria uma forma de conservação do farisaísmo, uma expressão clara de hipocrisia, uma vez que todos somos pecadores. Além disso, seria uma tremenda traição tanto aos ensinamentos quanto a prática do próprio Jesus. A eles não cabe a colheita, mas tão somente a semeadura.

Duas atitudes marcam esse texto: a atitude do inimigo em provocar a destruição do trigo e a atitude do agricultor em conservar até mesmo o joio, a fim de que não se perca nenhum pé de trigo. Além disso, é possível ser observada a paciência do agricultor. Sua preocupação é com o futuro, isto é, com a colheita, sem perder nenhum dos Seus. Por outro lado, sinaliza também para a sorte dos que vivem na inimizade com Deus. Alguém pode até afirmar uma espécie de misericordismo do Senhor, mas nada justifica uma vida aparentemente livre na contramão da fé, na adversidade, numa experiência contumaz de pecado, e, ainda, ser acolhido como “bem-vindo” ao Reino de Deus. O futuro glorioso depende, principalmente da iniciativa de Deus, esse é o ponto de partida, mas também da resposta consciente de cada um ao Seu chamado e ao Seu plano de salvação. 

A comunidade cristã se desenvolve no meio de um mundo onde muitos adversários do Senhor também o habitam. A Igreja não tem como existir no mundo separada de tudo. Não é possível compreender uma história com clareza total entre o bem e o mal e nem os separar absolutamente nas instituições e pessoas enquanto agem num campo de batalha. A separação final dar-se-á no futuro, no juízo final. Até mesmo dentro de cada um existe uma verdadeira luta do que é bom contra as coisas que só atrapalham uma vida de santidade. É necessário se manter vivo na batalha, sabendo que, na medida em que se vai colocando diante de Deus, obedecendo Sua vontade e se formando na Palavra de Salvação, fortalece-se a própria vida e tende, por força da graça de Deus, à vitória. Cada um e a própria comunidade não podem adormecer na fé e no bem. Que os discípulos sejam patrocinadores do bem, sejam motivadores da vida e da vivência na verdade, sejam sempre portadores da salvação, justamente o contrário dos que são representados pelo joio, que fazem os outros pecar, praticando o mal. O resultado final é que, para os discípulos, reserva-se à comunhão com Deus, mas para os inimigos, a condenação eterna.


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