CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

terça-feira, 23 de julho de 2024

Igreja, uma família fundamentada na obediência à vontade do Pai, dedicada à missão salvífica e totalmente entregue à prática do amor, tendo a Verdade como fundamento e a Vida como objetivo supremo.

 



Naquele tempo, 46 enquanto Jesus estava falando às multidões, sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele. 47 Alguém disse a Jesus: "Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar contigo". 48 Jesus perguntou àquele que tinha falado: "Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?" 49 E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse: "Eis minha mãe e meus irmãos. 50 Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe".


— Palavra da Salvação.



Reflexão



Os discípulos constituem a nova família de Jesus. Segundo a realidade bíblica, uma família é constituída no amor, na verdade, na fé, na obediência e na valorização da vida. Quando Jesus ensina, fá-lo construindo a grande família obediente à vontade de Deus. Naquele momento, não pode haver mudança de foco, interesses outros, mas tão somente o de se posicionar na escuta profunda da Palavra anunciada, no aprendizado necessário para a salvação. Então, enquanto Jesus fala às multidões, não é momento de se introduzir assuntos alheios ou mesmo interesses da família consanguínea. É importante saber que nada, nem ninguém, nem nenhuma ideia deve afastar o discípulo de sua missão evangelizadora. Por outro lado, aqui não cabe a reflexão daqueles que veem no texto um desprezo à Virgem Maria como Mãe. Essa não é a posição do evangelista. O contexto desse texto não é fácil porque há uma direta rejeição a Jesus por parte dos líderes judaicos, que andaram espalhando ser Jesus possuído pelo mal, e também por parte de parentes seus, que, pelo fato de nem serem profundos na fé nem no conhecimento de Jesus, e, além disso, influenciados pelos líderes de Israel, foram incapazes de enxergar NELE a presença de Deus. Eles foram incapazes de entender o mistério do Deus encarnado, um mistério desprezado por muitos, mesmo depois da vitória de Jesus ressuscitado.


 


Quanto à Virgem Maria, se queremos aprofundar o que disse Jesus, ninguém, depois de Jesus, foi mais obediente à vontade do Senhor do que Sua Mãe. Sendo assim, duplamente Maria seria Mãe: uma por ser de fato, naturalmente mãe por vontade de Deus, outra, pelo fato de fazer totalmente a vontade do Senhor. Então, em ambos os casos, Maria está ligada a Jesus: tanto nos laços consanguíneos quanto no âmbito da fé. Quem procura esse tipo de reflexão, prescindindo de Maria, diminuindo-a, sinaliza para uma espécie de inimizade com a Igreja Católica e, ao mesmo tempo, para uma certa deturpação do texto Sagrado. É triste quando isso acontece! A Palavra de Deus não pode ser usada para jogos de interesses pessoais, mas entendida segundo o mesmo Espírito que a inspirou e aplicada no seu verdadeiro objetivo querido pelo próprio Deus. Essa deturpação da Palavra infelizmente existe por parte dos irresponsáveis heréticos de todos os tempos.


 


Aqui trata-se de uma família que tem como fundamento a vontade de Deus. Jesus não veio ao mundo para ser mais um membro familiar, para viver preso à mentalidade dos laços consanguíneos, para ser um grande homem na história. Pelo contrário, veio para realizar a salvação de todos. Ele é o Salvador, aquele pelo qual não somente tudo foi criado, mas também aquele pelo qual toda a criação foi salva. Ele é o Verbo de Deus, o Filho eterno, o Caminho, a Verdade e a Vida; Ele é Deus com o Pai e o Espírito Santo. Sua vinda, portanto, constitui o Tempo Novo da Nova Familiaridade, que, não negando a importância da consanguinidade, tem seu fundamento na FÉ, como adesão total à sua pessoa e à sua obra.


 


Jesus foi rejeitado pelas instituições de sua época. De fato, na sociedade e na religião Jesus não encontrou familiaridade nenhuma. Tudo para Ele foi desafio, rejeição e indiferença dos líderes judaicos, desprezo pelo projeto que Ele apresentava, negação de toda sua pessoa até a morte. Em outras palavras, Ele não foi amado pelos da mesma nacionalidade e religião, nem por muitos dos seus parentes. Ele tinha consciência de sua identidade, da missão a ele confiada e do Reino que anunciava e que estava presente nele. Em nenhum momento prescindiu do projeto do Pai por causa de laços sociais, religiosos ou mesmo de sangue. Diante disso, constituiu discípulos, pessoas que formariam Sua nova família, o novo povo de Deus, a Sua Igreja, uma família fundamentada na obediência à vontade do Pai, dedicada à missão salvífica e totalmente entregue à prática do amor, tendo a Verdade como fundamento e a Vida como objetivo supremo.



Um forte e carinhoso abraço. 


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