Liturgia
da Quinta-Feira — 20.09.2012
Terço do Rosário: Mistérios Luminosos (clique aqui...)
— Santo André Kim e companheiros mártires
Tornamos célebre neste dia o testemunho dos 103 mártires coreanos que
foram canonizados pelo Papa João Paulo II, na sua visita a Seul em maio
de 1984.
Tudo começou no Século XVII, com o interesse pelo Cristianismo por parte de um grupo de letrados que ao lerem o livro do missionário Mateus Ricci com o título "O verdadeiro sentido de Deus", tiveram a iniciativa de encarregar o filho do embaixador coreano na China, na busca das riquezas de Jesus Cristo. Yi Sung-Hun dirigiu-se ao Bispo de Pequim que o catequizou e batizou, entrando por aí a Boa Nova na Coréia, ou seja, por meio de um jovem e ousado leigo cristão que, com amigos, fundaram uma primeira comunidade cristã. Com a eficácia do Espírito, começaram a evangelizar de aldeia em aldeia ao ponto de somarem, em dez anos, dez mil testemunhas da presença do Ressuscitado. Várias vezes solicitaram do Bispo de Pequim o envio de sacerdotes, a fim de organizarem a Igreja. Roma, porém, era de difícil acesso e o Papa sofria com a prepotência de Napoleão, resultado: somente a Igreja pôde socorrer aos cristãos coreanos, trinta anos depois, quando os cristãos coreanos tinham sido martirizados aos milhares, juntamente com os 103 mártires, dentre estes: André Kim, o primeiro padre coreano morto em 1845; dez clérigos e 92 leigos. Alguns testemunhos ficaram gravados, e dentre tantos: "Dado que o Senhor do céu é o Pai de toda a humanidade e o Senhor de toda a criação, como podeis pedir-me para o trair? Se neste mundo aquele que trair o pai ou a mãe não é perdoado, com maior razão, não posso nunca, trair aquele que é o Pai de todos nós!" (Teresa Kwon). Os primeiros mártires coreanos escreveram, com sangue, as primeiras páginas da história na Igreja da própria pátria. Na data da canonização, bicentenária do início da evangelização da Coréia, esta nação contava com 1.4000.000 católicos, 14 Dioceses, 1.200 sacerdotes, 3.500 religiosos e 4.500 catequistas, atestando mais uma vez a frase de Tertuliano: "O sangue dos mártires é sangue de novos cristãos!" Santo André Kim e companheiros mártires, rogai por nós!
SANTOS ANDRÉ E PAULO - MÁRTIRES COREANOS
(VERMELHO, PREFÁCIO COMUM OU DOS MÁRTIRES – OFÍCIO DA MEMÓRIA)
Antífona da entrada: Alegremo-nos
todos no Senhor, celebrando este dia festivo em honra dos santos
mártires. Conosco alegram-se os anjos e glorificam o Filho de Deus.
Oração do dia
Ó Deus, criador e salvador de todas as raças, pro vossa bondade, chamastes à fé a muitos irmãos na região da Coréia e os fizestes crescer pelo testemunho glorioso dos mártires André, Paulo e seus companheiros. Concedei que, pelo exemplo e intercessão deles, possamos perseverar até a morte na observância de vossos mandamentos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (1 Coríntios 15,1-11)
Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios.
15 1 Eu vos lembro, irmãos, o Evangelho que vos preguei, e que tendes acolhido, no qual estais firmes.
2 Por ele sereis salvos, se o conservardes como vo-lo preguei. De outra forma, em vão teríeis abraçado a fé. 3 Eu vos transmiti primeiramente o que eu mesmo havia recebido: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras; 4 foi sepultado, e ressurgiu ao terceiro dia, segundo as Escrituras; 5 apareceu a Cefas, e em seguida aos Doze. 6 Depois apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma vez, dos quais a maior parte ainda vive (e alguns já são mortos); 7 depois apareceu a Tiago, em seguida a todos os apóstolos. 8 E, por último de todos, apareceu também a mim, como a um abortivo. 9 Porque eu sou o menor dos apóstolos, e não sou digno de ser chamado apóstolo, porque persegui a Igreja de Deus. 10 Mas, pela graça de Deus, sou o que sou, e a graça que ele me deu não tem sido inútil. Ao contrário, tenho trabalhado mais do que todos eles; não eu, mas a graça de Deus que está comigo. 11 Portanto, seja eu ou sejam eles, assim pregamos, e assim crestes. - Palavra do Senhor. - Graças a Deus.
Salmo responsorial 117/118
Dai graças ao Senhor, porque ele é bom!
Dai graças ao Senhor, porque ele é bom!
"Eterna é a sua misericórdia!" A casa de Israel agora o diga: "Eterna é a sua misericórdia!"
A mão direito do Senhor fez maravilhas,
A mão direita do Senhor me levantou, A mão direito do Senhor fez maravilhas! Não morrerei, mas, ao contrário, viverei Para cantar as grandes obras do Senhor!
Vós sois meu Deus, eu vos bendigo e agradeço!
Vós sois meu Deus, eu vos exalto com louvores.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Vinde a mim, todos vós que estais cansados e descanso eu vos darei, diz o Senhor (Mt 11,28). EVANGELHO (Lucas 7,36-50)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós. — Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas. — Glória a vós, Senhor!
Naquele tempo, 7 36 um fariseu convidou Jesus a ir comer com ele. Jesus entrou na casa dele e pôs-se à mesa.
37 Uma mulher pecadora da cidade, quando soube que estava à mesa em casa do fariseu, trouxe um vaso de alabastro cheio de perfume; 38 e, estando a seus pés, por detrás dele, começou a chorar. Pouco depois suas lágrimas banhavam os pés do Senhor e ela os enxugava com os cabelos, beijava-os e os ungia com o perfume. 39 Ao presenciar isto, o fariseu, que o tinha convidado, dizia consigo mesmo: "Se este homem fosse profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que o toca, pois é pecadora". 40 Então Jesus lhe disse: "Simão, tenho uma coisa a dizer-te". "Fala, Mestre", disse ele. 41 "Um credor tinha dois devedores: um lhe devia quinhentos denários e o outro, cinqüenta. 42 Não tendo eles com que pagar, perdoou a ambos a sua dívida. Qual deles o amará mais?" 43 Simão respondeu: "A meu ver, aquele a quem ele mais perdoou". Jesus replicou-lhe: "Julgaste bem". 44 E voltando-se para a mulher, disse a Simão: "Vês esta mulher? Entrei em tua casa e não me deste água para lavar os pés; mas esta, com as suas lágrimas, regou-me os pés e enxugou-os com os seus cabelos. 45 Não me deste o ósculo; mas esta, desde que entrou, não cessou de beijar-me os pés. 46 Não me ungiste a cabeça com óleo; mas esta, com perfume, ungiu-me os pés. 47 Por isso te digo: seus numerosos pecados lhe foram perdoados, porque ela tem demonstrado muito amor. Mas ao que pouco se perdoa, pouco ama". 48 E disse a ela: "Perdoados te são os pecados". 49 Os que estavam com ele à mesa começaram a dizer, então: "Quem é este homem que até perdoa pecados?" 50 Mas Jesus, dirigindo-se à mulher, disse-lhe: "Tua fé te salvou; vai em paz". - Palavra da Salvação. - Glória a Vós, Senhor!
Sobre as oferendas
Acolhei, ó Deus, com bondade, as oferendas do vosso povo e concedei, pela intercessão dos santos mártires coreanos, nos tornemos um sacrifício agradável para a salvação do mundo inteiro. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da comunhão:
Todo aquele que der testemunho de mim diante dos homens, também eu
darei testemunho dele diante do meu Pai, que está nos céus (Mt 10,32).
Depois da comunhão
Nutridos pelo alimento dos fortes, na celebração dos santos mártires, nós vos pedimos, Senhor, que, seguindo fielmente a Cristo, trabalhemos na Igreja pela salvação de todos. Por Cristo, nosso Senhor.
Santo do Dia / Comemoração (SANTOS ANDRÉ E PAULO)
A
Igreja coreana tem, talvez, uma característica única no mundo católico.
Foi fundada e estabelecida apenas por leigos. Surgiu no início de 1600,
a partir dos contatos anuais das delegações coreanas que visitavam
Pequim, na China, nação que sempre foi uma referência no Extremo
Oriente para troca de cultura.
Ali
os coreanos tomaram conhecimento do cristianismo. Especialmente por
meio do livro do grande padre Mateus Ricci, "A verdadeira doutrina de
Deus". Foi o leigo Lee Byeok que se inspirou nele para, então, fundar a
primeira comunidade católica atuante na Coréia.
As
visitas à China continuaram e os cristãos coreanos foram, então,
informados, pelo bispo de Pequim, de que suas atividades precisavam
seguir a hierarquia e organização ditada pelo Vaticano, a Santa Sé de
Roma. Teria de ser gerida por um sacerdote consagrado, o qual foi
enviado oficialmente para lá em 1785.
Em
pouco tempo, a comunidade cresceu, possuindo milhares de fiéis, Porém
começaram a sofrer perseguições por parte dos governantes e poderosos,
inimigos da liberdade, justiça e fraternidade pregadas pelos
missionários. Tentando acabar com o cristianismo, matavam seus
seguidores. Não sabiam que o sangue dos mártires é semente de cristãos,
como já dissera o imperador Tertuliano, no início dos tempos cristãos.
Assim, patrocinaram uma verdadeira carnificina entre 1785 e 1882,
quando o governo decretou a liberdade religiosa.
Foram
dez mil mártires. Desses, a Igreja canonizou muitos que foram agrupados
para uma só festa, liderados por André Kim Taegon, o primeiro sacerdote
mártir coreano. Vejamos o seu caminho no apostolado.
André
nasceu em 1821, numa família da nobreza coreana, profundamente cristã.
Seu pai, por causa das perseguições, havia formado uma "Igreja
particular" em sua casa, nos moldes daquelas dos cristãos dos primeiros
tempos, para rezarem, pregarem o Evangelho e receberem os sacramentos.
Tudo funcionou até ser denunciado e morto, aos quarenta e quatro anos,
por não renegar a fé em Cristo.
André
tinha quinze anos e sobreviveu com os familiares, graças à ajuda dos
missionários franceses, que os enviaram para a China, onde o jovem se
preparou para o sacerdócio e retornou diácono, em 1844. Depois, numa
viagem perigosa vivida, tanto na ida quanto na volta, num clima de
perseguição, foi para Xangai, onde o bispo o ordenou sacerdote.
Devido
à sua condição de nobre e conhecedor dos costumes e pensamento local,
obteve ótimos resultados no seu apostolado de evangelização. Até que, a
pedido do bispo, um missionário francês, seguiu em comitiva num barco
clandestino para um encontro com as autoridades eclesiásticas de
Pequim, que aguardavam documentos coreanos a serem enviados ao
Vaticano. Foram descobertos e presos. Outros da comunidade foram
localizados, inclusive os seus parentes.
André
era um nobre, por isso foi interrogado até pelo rei, no intuito de que
renegasse a fé e denunciasse seus companheiros. Como não o fez, foi
severamente torturado por um longo período e depois morto por
decapitação, no dia 16 de setembro de 1846 em Seul, Coréia.
Na
mesma ocasião, foram martirizados cento e três homens, mulheres, velhos
e crianças, sacerdotes e leigos, ricos e pobres. De nada adiantou, pois
a jovem Igreja coreana floresceu com os seus mártires. Em 1984, o papa
João Paulo II, cercado de uma grande multidão de cristãos coreanos,
canonizou santo André Kim Taegon e seus companheiros, determinando o
dia 20 de setembro para a celebração litúrgica.
COMENTÁRIO DO EVANGELHO
1. A CONSCIÊNCIA DO PECADO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Na
sociedade globalizante e consumista da qual fazemos parte, onde vale
tudo para ser feliz, seduzido pelas facilidades da vida moderna, na
medida em que o homem avança em ritmo acelerado na tecnologia e na
ciência, experimenta uma evolução rápida e espantosa. Porém, por outro
lado todo esse sucesso da comunidade científica aumenta no ser humano a
prepotência e a auto suficiência, assumindo o lugar de Deus, quando se
apresenta como senhor de sua vida e de seus atos, conhecedor do bem e
do mal, e arrogando-se o direito de decidir sua própria vida.
Temos
visto recentemente em uma emissora de TV uma campanha publicitária onde
determinada corrente ideológica defende abertamente o aborto e uma
mulher elegante e liberada convence o telespectador de que o aborto
está entre as demais conquistas da mulher moderna, que por isso têm
todo direito de decidir o que fazer com seu corpo, sem dar satisfação a
ninguém, muito menos a Deus, cuja lei é considerada retrógrada.
E
assim, nessa sociedade mais do que nunca antropocêntrica, o homem
arrogante vai dando o seu grito de independência, decretando a morte de
Deus e o fim do pecado, como se Deus atrapalhasse os planos de ser
feliz, da humanidade.
Mas e os
discípulos de Jesus, membros de tantas igrejas cristãs, como se
posicionam diante dessa sociedade que “liberou geral” em uma verdadeira
maratona do “vale tudo” na busca do prazer, sucesso e felicidade?
A
voz profética de Natã na primeira leitura despertou no rei Davi a
consciência do seu delito, do seu procedimento totalmente contrário à
palavra de Deus, pois colocou Urias na frente de batalha para que este
morresse e assim ele pudesse possuir a sua esposa. Essa atitude
penitente permitiu ao rei experimentar a alegria do amor de Deus.
Precisamos
admitir que estamos enfermos, para sermos curados pela misericórdia
divina. O salmo 51 é um dos mais belos da sagrada escritura, com seu
caráter profundamente penitencial mostra-nos o rei Davi humilde e
penitente, que reconhece o seu pecado “Pequei contra o Senhor”.
Mas
o pior enfermo é aquele que não admite a sua enfermidade, procurando
esconde-la com práticas religiosas e uma aparência piedosa diante dos
irmãos. O Fariseu Simão, que convidara Jesus para jantar em sua casa,
não é má pessoa ao contrário, sua conduta é irrepreensível já que
cumpre todos os deveres para com Deus e o próximo e como bom teólogo,
conhece a Palavra de Deus, suas promessas e suas leis dadas a Moisés.
Já
a mulher tem má fama, é conhecida como pecadora sendo moralmente
desqualificada, e por sua conduta está excluída da comunidade porque é
considerada impura, mas há algo em sua vida que a difere do fariseu
piedoso: conheceu Jesus e descobriu-se amada e querida por ele, apesar
dos seus inúmeros pecados e a experiência desse amor a leva a
reconhecer-se pecadora, sentindo no coração não um remorso doloroso,
mas sim uma incontida alegria que procurou manifestar na casa do
fariseu, lavando e ungindo os pés daquele que a fez descobrir o
verdadeiro amor.
O fariseu
mantinha com Deus uma relação sem dúvida piedosa, mas como se sentia
justificado pelas suas obras, dava-se o direito de julgar os que
estavam em pecado, excluindo-os de sua companhia, e sentindo-se
merecedor do amor de Deus e sua salvação.
Note-se
que Jesus não condena a conduta e o modo de viver do fariseu, e nem tão
pouco aprova a vida pecaminosa da mulher, apenas realça o modo como
ambos se relacionam com Deus. Certamente essa experiência com o Mestre
Jesus mudou para sempre a vida daquela mulher mostrando-nos que a
iniciativa é sempre de Deus e que somente quando descobrimos o seu amor
em nossa vida, é que percebemos o quanto somos pecadores por não
correspondermos a esse amor.
Simão
admirava Jesus, mas não via nele nada de especial, porque a lei,
tradição, o rito e suas boas obras não o deixavam sentir o quanto Deus
o amava, manifestando este amor em Jesus. A religião do perfeccionismo
e do moralismo é sempre muito triste porque nela, o homem mantém com
Deus não uma relação de filho, amado e querido, mas apenas de um
empregado, que cumpre seu dever junto ao patrão, merecendo deste o
justo salário.
A verdadeira
autêntica e única religião têm como base um amor que não se prende a
qualquer lei moral ou norma de conduta, mas sim ao encanto e fascínio
de Cristo Jesus, cujo olhar, gesto e palavras tem o poder de tocar
nosso coração, fazendo-nos renascer e recuperar nossa dignidade de
filhos de Deus, despertando-nos esse desejo incontido de estar a seus
pés, como essa mulher, naquela noite imemorável na casa de Simão. Que o
formalismo religioso não mate em nós a alegria desse amor grandioso! FONTE:NPDBRASIL
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ESTE BLOG É PARA A POSTERIDADE,ESTÁ A SERVIÇO DA FÉ E DA CULTURA DESDE 10 DE OUTUBRO DE 2011,O PRIMEIRO BLOG SURGIU EM 13 DE MAIO.
CAMOCIM CEARÁ
Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;
Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;
Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;
Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;
Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus;
Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
PALAVRAS DE DEUS PARA ESTA QUINTA.
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