CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

terça-feira, 6 de agosto de 2024

Apareceram-lhe Elias e Moisés, e estavam conversando com Jesus”. Esse quadro revela a centralidade de Jesus e, ao mesmo tempo, Aquele para o qual tudo converge e se realiza.

 


Apareceram-lhe Elias e Moisés, e estavam conversando com Jesus”. Esse quadro revela a centralidade de Jesus e, ao mesmo tempo, Aquele para o qual tudo converge e se realiza. Cristo como a plenitude da Lei e da profecia, isto é, das Escrituras é mais do que um patriarca, é mais do que um profeta, mesmo que sejam considerados determinantes para Israel. Moisés é o indicador da Lei; Elias, da profecia. Ambos são colocados voltados para Jesus e em diálogo com Este, sinal de que não se pode abdicar do Antigo Testamento, que constitui a realidade da promessa, da preparação para a chegada do Messias. Segundo Lucas, eles conversavam sobre a morte que Jesus iria sofrer em Jerusalém. Por sua vez, sendo Cristo a chave de interpretação de todas as Escrituras Sagradas, além de ser o Centro, a Luz, o Entendimento e também a Realização de toda a Palavra de Deus, mesmo assim, apresentadondo-Se como a PALAVRA DA SALVAÇÃO, preparava-se para a Páscoa definitiva.



5. “Mestre, é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. De fato, era muito bom permanecer ali, contemplar esse grande mistério, mas não era esse o objetivo da transfiguração, até porque muito mais do que isso, eles vão ter depois da morte, permanecendo firmes como autênticos discípulos. Não é possível atingir a ressurreição sem antes enfrentar a entrega de si mesmo e a morte. Além disso, Pedro e os demais não estavam entendendo não somente o mistério, mas também a necessidade de serem encorajados, mergulhados nesse mistério para, decididamente, enfrentarem a cruz, não somente em Jesus, mas também na vida deles, em fidelidade, confiança e amor, na esperança da ressurreição. Era necessário conhecerem mais profundamente o Mestre, mas para isso deveriam caminhar com Ele até Sua entrega total na cruz. Fixar tendas seria o mesmo que permanecer no conforto da promessa, na compreensão do passado, numa realidade saudosa sem a legítima reação aos desafios criados pelo mundo contra a presença do Filho de Deus. O olhar agora não é mais para trás. É preciso avançar para "águas mais profundas", mesmo que tenha de enfrentar o ódio do mundo. 



6. Nesse ambiente teofânico, marcado, inclusive pelo sinal da presença de Deus, a sheknah, simbolizada pela nuvem, vem a revelação de que Jesus é o Filho (cf. Sl 2,7: um rei declarado filho), o Rei (que entregará sua vida), o Servo e a Palavra absoluta do Pai. Os discípulos são convidados ao Shemá, à escuta da verdade sobre Deus e Seus ensinamentos, o cumprimento de Dt 6,4. O Pai interfere e revela quem é Jesus: "Meu Filho Amado" e manifesta Sua vontade: "Escutai-o". Fica claro que os apóstolos necessitavam de uma escuta mais profunda, de um conhecimento mais íntimo de Jesus Cristo. Por falta de escuta, eles ainda pereciam na escuridão de um messianismo contrário ao próprio Messias, padeciam de uma ignorância terrível por não conseguirem abandonar seus interesses marcados pela lógica de homens que buscavam a si mesmos. A voz é clara: "Escutai-o". É necessário inclinar-se totalmente para Jesus Cristo, voltar-se de modo total para Ele, envolver-se, sem medo, com tudo que Ele é, ensina e faz. Caso contrário, não haverá um verdadeiro discipulado.



7. "Ao descerem da montanha, Jesus ordenou que não dissessem a ninguém o que tinham visto, até que o Filho do Homem tivesse ressuscitado dos mortos". Essa grande verdade só pode ser revelada mediante a ressurreição. A clareza da fé não seria possível antes da vitória sobre a morte, sobre o Maligno e o pecado de modo geral. Certamente, havia, ao lado do medo, o vislumbramento, mas não certeza, entrega total. De fato, eles nem sequer entendiam o significado de “ressurreição dos mortos”, na forma como Jesus a concebia. Depois dessa grande experiência, os discípulos são convidados à missão, com mais maturidade na fé crista, a fim de que todos possam conquistar o futuro glorioso de Deus, a comunhão com o próprio Senhor por toda a vida. A missão dará frutos por causa da presença de Jesus no meio deles (Jesus desce com eles). Interessante é que, quando Jesus foi crucificado, não foram os apóstolos, mas justamente um pagão, aos pés da cruz, quem conseguiu enxergar Jesus como verdadeiro o Filho de Deus. Também ali, um dos ladrões conseguiu perceber que se tratava de um verdadeiro Rei.



Um forte e carinhoso abraço.



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