CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

quarta-feira, 14 de agosto de 2024

Jesus aos seus discípulos: 15 "Se o teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, mas em particular, à sós contigo!

 


Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 15 "Se o teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, mas em particular, à sós contigo! Se ele te ouvir, tu ganhaste o teu irmão. 16 Se ele não te ouvir, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão seja decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas. 17 Se ele não vos der ouvido, dize-o à Igreja. Se nem mesmo à Igreja ele ouvir, seja tratado como se fosse um pagão ou um pecador público. 18 Em verdade vos digo, tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu. 19 De novo, eu vos digo: se dois de vós estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que quiserem pedir, isto vos será concedido por meu Pai que está nos céus. 20 Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome eu estou ali, no meio deles".

— Palavra da Salvação.

Um cristão tem como missão ser um verdadeiro instrumento da salvação tanto para os que ainda precisam conhecer Jesus Cristo quanto para aqueles que já se encontram na Igreja de Deus. No caso de quem já está “em casa”, mas vive contrário aos ensinamentos da fé e do exercício da caridade, cabe ao irmão, humildemente e em caridade, fazer as devidas correções, no intuito de não permitir que o outro se perca no pecado e, ao mesmo tempo, possa retornar, de coração, à comunidade de fé  e de amor da qual faz parte objetivamente. A correção deve ser fundamentada no amor, na verdade e na lei maior da salvação. O pecado é uma tremenda ferida para a vida de quem o comete e para toda a comunidade, que deve viver na sinfonia da verdade, do amor, da esperança e da fé. Na Igreja, o amor é o cumprimento da Lei (cf. Rm 13,8-10). Qualquer que seja o ato de degradação pessoal, desrespeito ao próximo, destruição de sua dignidade, indiferença ou discórdia, deve ser imediatamente corrigido no seio da Igreja, que, por sua vez, tem seus olhos fixos em Deus e permanece em vigilância, atenta à Palavra do Senhor e em obediência às suas determinações (cf. Ez 33,7-9). 

Logo após falar sobre a correção fraterna, Jesus acrescenta o poder por ele concedido à sua Igreja sobre os que insistem contra os fundamentos de sua missão no mundo: o amor, a verdade, a vida, a fé e a liberdade. Ele concede o poder das chaves, em primeiro lugar a Pedro (cf. Mt 16,18). Essa é uma forma particular de ação petrina, um ministério dado diretamente por Jesus para o exercício de sua missão eclesial. Em última análise, cabe a ele o poder de decisão em determinadas situações. O Catecismo da Igreja Católica (553) afirma que “O ‘poder das chaves’ designa a autoridade para governar a casa de Deus, que é a Igreja. Jesus, ‘o bom Pastor’ (Jo 10,11), confirmou este encargo depois da sua Ressurreição: ‘Apascenta as minhas ovelhas’ (Jo 21,15-17). O poder de ‘ligar e desligar’ significa a autoridade para absolver os pecados, pronunciar juízos doutrinais e tomar decisões disciplinares na Igreja. Jesus confiou esta autoridade à Igreja pelo ministério dos apóstolos (cf. Mt 18,18)[1] e particularmente de Pedro, o único ao qual confiou explicitamente as chaves do Reino”. Ainda é possível dizer, quantos às chaves, que elas podem ser a Fé, a Moral e os Sacramentos da Igreja; sua disciplina, hierarquia, doutrina e espiritualidade. Dessa forma, ampliam-se os significados, mas todos relacionados à autoridade dada por Cristo a Pedro e aos demais apóstolos.

Todos em função de todos, eis a lógica da unidade, a fim de que soe a única música da salvação. É dever obrigatório de cada membro do povo de Deus exercer caritativamente a correção fraterna. Não o fazer significa estar em desacordo, isto é, dissonante, em desarmonia, fora do contexto e da realidade querida por Deus. A obra salvífica pertence a todos. Depois, não se pode pensar um discípulo de Cristo fora de Sua Igreja, pois aí é seu lugar, no qual vive e por meio do qual se alimenta para a vida eterna. A unidade da Igreja é, antes de tudo, um querer de Cristo. Qualquer que seja a ferida nesse Corpo, revela-se uma gravidade a ser corrigida. Por isso, reunidos em nome do mesmo Cristo, a Igreja tem o poder de pedir a Deus e de ser ouvida por Ele na eliminação dos obstáculos à vida de amor e de verdade dentro dela.

O segredo da vida cristã é a constante presença de Jesus Cristo, a ação do Espírito Santo e o querer do Pai. Jesus está alí, por vontade do Pai, mediante o Espírito, para que todos possamos alcançar a comunhão eterna com Deus. “Onde dois ou três estiverem reunidos no meu nome, eu estarei ali no meio deles”. E tudo o que for pedido em nome de Jesus, estando todos em acordo, isto é, em sintonia, desejando uma só coisa: o bem, que Deus lhes concederá, principalmente quando se tratar de coisas essenciais como o perdão, a transformação do outro e sua salvação. O ensinamento de Jesus deixa claro a ligação entre o Céu e Sua Igreja, de modo que esta, no mundo, garante a presença do Céu na terra.



Um forte e carinhoso abraço.



[1] Acréscimo de minha parte.


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