CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

segunda-feira, 5 de agosto de 2024

Naquele tempo, 13 quando soube da morte de João Batista, Jesus partiu e foi de barco para um lugar deserto e afastado.


 Naquele tempo, 13 quando soube da morte de João Batista, Jesus partiu e foi de barco para um lugar deserto e afastado. Mas quando as multidões souberam disso, saíram das cidades e o seguiram a pé. 14 Ao sair da barca, Jesus viu uma grande multidão. Encheu-se de compaixão por eles e curou os que estavam doentes. 15 Ao entardecer, os discípulos aproximaram-se de Jesus e disseram: "Este lugar é deserto e a hora já está adiantada. Despede as multidões, para que possam ir aos povoados comprar comida!" 16 Jesus porém lhes disse: "Eles não precisam ir embora. Dai-lhes vós mesmos de comer!" 17 Os discípulos responderam: "Só temos aqui cinco pães e dois peixes". 18 Jesus disse: "Trazei-os aqui". 19 Jesus mandou que as multidões se sentassem na grama. Então pegou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu e pronunciou a bênção. Em seguida partiu os pães, e os deu aos discípulos. Os discípulos os distribuíram às multidões. 20 Todos comeram e ficaram satisfeitos, e dos pedaços que sobraram, recolheram ainda doze cestos cheios. 21 E os que haviam comido eram mais ou menos cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças.


— Palavra da Salvação.



Reflexão



Os seis relatos da multiplicação dos pães estão presente nos quatro evangelistas (duas vezes em Mt e Mc, uma em Lc e Jo). De acordo com o texto de Mt, a multiplicação vem logo após o texto da narração da morte de João Batista. Em Mt, quando Jesus toma conhecimento da morte do profeta precursor, vai ao deserto. Aqui se tem uma referência ao êxodo. Jesus sendo visto como o novo Moisés diante de um mundo hostil à verdade e à dignidade humana. No banquete de Herodes reinou a indiferença aos humanos e a relativização da vida. Facilmente optou-se pela morte de inocentes, como no caso do profeta João Batista. Esse é um momento especial de reflexão sobre a missão salvífica diante da hostilidade do mundo, representada na figura de Herodes. Jesus precisa ficar sozinho com o Pai. Todo o Seu ser se volta para a Vontade do Pai e para a missão salvífica. Ele sabe do desafio que terá pela frente, conhece bem o coração dos homens, entende suas fraquezas, mas também suas iniquidades. Em busca de si mesmos, eles são capazes de negar a própria salvação.


 


Uma multidão segue Jesus, que ao descer da barca, vê a todos, enche-se de compaixão e cura os doentes dentre eles. Essa multidão lembra o povo de Deus pelo deserto (Sl 78,19), seguindo Moisés. Pois bem, aqui está o novo Moisés, que pode transformar para sempre a vida de todos os que se voltarem para Ele. Importante frisar aqui o uso dos verbos: ver, compadecer-se e curar. Jesus vê uma multidão sem horizonte, sem futuro, escrava de três grandes poderes: político, econômico e religioso da época. O olhar de Jesus sobre eles não é superficial. Ele os alcança com sua visão penetrante. Cada um se sente envolvido e amado no âmbito da visão do Mestre de Nazaré. Seu olhar o faz ir ao mais íntimo do outro, penetrar na sua história e sentir seus sofrimentos. Jesus se faz tão próximo que chega ao ponto de sofrer com o outro. Daí sua atitude de compaixão, suportando sobre si as misérias dos sofredores. Ele quer dar àquele povo o maior dom, a maior riqueza, que vem do encontro que estão tendo com o Salvador. Por último, o gesto libertador de Jesus, revelado pela sua atitude de curar os doentes, libertando-os fisicamente como sinal de transformação da pessoa toda.

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