CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Naquele tempo, 26 o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27 a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi

 


Naquele tempo, 26 o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27 a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da virgem era Maria. 28 O anjo entrou onde ela estava e disse: "Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!" 29 Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. 30 O anjo, então, disse-lhe: "Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. 31 Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. 32 Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. 33 Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim". 34 Maria perguntou ao anjo: "Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?" 35 O anjo respondeu: "O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altissimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus. 36 Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, 37 porque para Deus nada é impossível". 38 Maria, então, disse: "Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!" E o anjo retirou-se.


— Palavra da Salvação.



Reflexão


 


A liturgia de hoje nos faz perceber a ligação estabelecida entre Jesus e a promessa feita a Davi. Em Cristo se dá a concretização do desejo de Deus em estabelecer o verdadeiro reinado, uma aliança indissolúvel. O texto de Lucas coloca-nos às portas do nascimento do nosso Salvador, marcando, assim, a entrada do Verbo Eterno em nossa história segundo a nossa natureza. Trata-se do começo concreto de nossa salvação por meio da ANUNCIAÇÃO DO SENHOR. O Verbo se faz carne e habita entre nós (cf. Jo 1,14). O céu se faz presente em nossa história. O Pai está agindo silenciosamente e de modo imperceptível aos olhos do mal; Seu Filho assume a novidade de ser um ser humano permanecendo o que é segundo a divindade. O Verbo de Deus além de ser 100% Deus, torna-se também 100% um de nós.


 


Para que tudo isso aconteça, Deus diviniza Maria, isto é, santifica-a, ligando-a estreitamente ao Filho. Historicamente, tal ligação trouxe riscos: Maria poderia ter sido apedrejada e, com ela, também o Salvador do mundo. A grande verdade é que Jesus e Maria estão ligados Um ao Outro desde “quando” o Pai “pensou” em enviar o Seu Filho; estão unidos na promessa; na maternidade; na vida pública e aos pés da cruz. Maria é o tesouro de Jesus, que, no momento final, entregou-a não a qualquer um, pois não se trata de qualquer coisa a ser entregue de qualquer jeito, mas ao DISÍPULO AMADO. Maria é a BENDITA, mãe do BENDITO, é a Bem-Aventurada, e todas as gerações hão de proclamar essa verdade. Em outras palavras, ela está com o Filho também no Paraíso. A morte não tem o poder de conservar em suas “garras” aquela que foi absolutamente santificada para ser a Mãe, o Templo, o Sacrário do Altíssimo.


 


Lucas não tem dúvida da realização do projeto de Deus por meio de Jesus Cristo. Também é claro para ele que a obra da salvação é, antes de tudo, iniciativa de Deus, que prepara Seu próprio “lugar” na história e o Templo para a concretização de Sua presença salvadora. Todo voltado para Cristo e a partir DELE, Lucas faz uma releitura do Antigo Testamento e encontra indicações diretas a Cristo, profecias e promessas que somente em Jesus podem ser realizadas, como, por exemplo, Ele na condição de descendente de Davi, a realeza eterna e a filiação divina: “Quando chegar o fim dos teus dias e repousares com teus pais, então, suscitarei, depois de ti, um filho teu, e confirmarei a sua realeza” (2Sm 7,12a). Literalmente, o autor sagrado se referia a um filho biológico de Davi, mas espiritualmente, a profecia não era para Salomão, mas para o Filho de Deus. Um dado importante é justamente não se tratar de uma realeza política, mas religiosa, no âmbito da interioridade humana por ação do Espírito Santo. Assim, Lucas frisa alguns pontos indicativos dessa realidade messiânica: “prometida em casamento a um homem chamado José” (descendente de Davi); “alegra-te, cheia de graça” (o alegra-te diz respeito, especialmente, à alegria messiânica); “será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim” (referência clara à profecia de Natã). E o salmista confirma: “Eu firmei uma Aliança com meu servo, meu eleito, / e eu fiz um juramento a Davi, meu servidor. / Para sempre, no teu trono, firmarei tua linhagem, / de geração em geração garantirei o teu reinado! Ele, então, me invocará: ‘Ó Senhor, vós sois meu Pai, sois meu Deus, / sois meu Rochedo onde encontro a salvação!’/ Guardarei eternamente para ele a minha graça/ e com ele firmarei minha Aliança indissolúvel” (Sl 88,4-5.27.29).


 


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