CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

sábado, 24 de agosto de 2024

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 44 "O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo.

 


Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 44 "O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo. 45 O Reino dos Céus também é como um comprador que procura pérolas preciosas. 46 Quando encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquela pérola".


— Palavra da Salvação.



Reflexão



O ensinamento de Jesus é ambientado. Ele nunca procura falar de modo abstrato, distante da realidade das pessoas. Serve-se sempre de pessoas ou elementos da natureza para explicar as realidades salvíficas com simplicidade, isto é, os mistérios de Deus para nossa salvação. Nossa linguagem é fundamentada no nosso contexto e na realidade de nossa pessoa. Daí que nosso aprendizado não pode dar-se fora do âmbito do nosso universo simbólico. Por outro lado, não havia em Jesus interesse de se mostrar abarrotado de conhecimento, mas conduzir-nos ao conhecimento das “coisas do alto”. Mais importante de tudo, Sua preocupação em que entendêssemos o significado do Seu Reino e a forma mais perfeita de transmiti-lo. Nesse sentido, as parábolas se tornam o meio mais eloquente de transmissão de conhecimento pelo fato mesmo de usar pessoas ou realidades próximas a nós, do nosso cotidiano.


 


Onde está o Reino? Ele está ali, bem próximo, em algum lugar possível de ser encontrado. Deus o revelou, Ele o fez presente na história de modo pessoal. Não diz respeito somente a virtudes, mas a uma pessoa mesma, Jesus Cristo Nosso Senhor. É o que nos diz a parábola do tesouro escondido no campo. O que seria esse tesouro? Pode ser o desejo do Céu (São Gregório: homiliae in Evangelia, 12)[1], pode ser a compreensão dos dois Testamentos (Santo Agostinho: Quaestiones evangeliorum, 1,13)[2] e pode ser os tesouros da sabedoria e da ciência ou, ainda, o Verbo de Deus (São Jerônimo)[3]. O fato é que um homem encontra o tesouro, alegra-se com ele, esconde-o e compra aquele campo onde se encontra o tesouro. Convém notar que a alegria da descoberta se transforma na capacidade de renúncia de todos os bens. Ele vai vende tudo o que tem só pra ficar com o tesouro. Certamente, não basta encontrá-lo, mas principalmente entrar nele. Aqui há uma referência aos acontecimentos do contexto em que, por causa das constantes guerras, muitos escondiam tesouros e, muitas vezes, não tinham mais acesso a eles. Outro, no futuro o encontrava e, certamente, alegrava-se muito com tal achado importante. Pois bem, a alegria pela descoberta do Reino é maior do que a descoberta do mais importante tesouro da face da terra.


 


Seguindo na mesma ideia, Jesus conta a parábola da pérola. Um comerciante de pérolas preciosas, homem já rico, também se depara com o Reino de Deus, aqui simbolizado por uma pérola. Seria essa pérola a pregação do Evangelho (São João Crisóstomo)?[4]A ciência do Salvador e os mistérios de Sua paixão e ressurreição (São Jerônimo)?[5]A doçura da vida celeste (São Gregório)?[6]Certamente tudo isso pode ser compreendido como resposta à parábola. Quanto ao comerciante, a ele também é oferecido o Reino, a possibilidade de uma vida nova, que vem de um encontro com Jesus, a PÉROLA por antonomásia. Também o comerciante vendeu tudo que tinha, despojou-se totalmente do que considerava valoroso, para ficar exclusivamente com a pérola de valor inigualável. Ele descobriu o Reino e entrou nele. Teve um encontro com Jesus Cristo e permaneceu com Ele para sempre. Tanto nesta quanto na parábola do tesouro, Jesus se mostra como sendo, Ele próprio, o mais importante, o Reino querido por Deus e pertencente a Ele.

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