CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

sexta-feira, 2 de agosto de 2024

Dirigindo-se para a sua terra, Jesus ensinava na sinagoga, de modo que ficavam admirados.

 


4 dirigindo-se para a sua terra, Jesus ensinava na sinagoga, de modo que ficavam admirados. E diziam: "De onde lhe vem essa sabedoria e esses milagres? 55 Não é ele o filho do carpinteiro? Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas? 56 E suas irmãs não moram conosco? Então, de onde lhe vem tudo isso?" 57 E ficaram escandalizados por causa dele. Jesus, porém, disse: "Um profeta só não é estimado em sua própria pátria e em sua família!" 58 E Jesus não fez ali muitos milagres, porque eles não tinham fé.


— Palavra da Salvação.



Reflexão 



"Dirigindo-se para a sua terra, Jesus ensinava na sinagoga, de modo que ficavam admirados". Esse texto marca uma reviravolta. Até aqui, Jesus estava com a multidão, realizando milagres, expulsando os demônios, falando-lhes do Reino e sendo admirado por todos. Se bem que essa “admiração” é ambígua: se de um lado indica encanto, por outro, desprezo, pelo fato de muitos conhecerem a realidade histórico-familiar de Jesus. De fato, com seu testemunho, seus ensinamentos e a realização de milagres, Jesus causava, no povo, assombro e admiração. Tudo isso vindo da presença do Espírito Santo em Sua vida, de sua consciência filial, de sua consciência da missão a ser realizada e do conhecimento da verdade que deveria ser anunciada.


 


"E ficaram escandalizados por causa dele". Passado esse momento, surge a incredulidade. Muitos, principalmente de sua família, já não davam mais importância ao que ele dizia, porque Ele ensinava com autoridade, realizava milagres jamais vistos, acolhia as pessoas como nunca houve na face da terra, compreendia cada um a partir de dentro da pessoa mesma, não temia o outro mesmo que ele fosse um agressor, manifestava misericórdia em cada gesto Seu e era todo para Deus. Antes de assumir sua missão, viveu como carpinteiro ao lado de José. O evangelista Mateus fala que Jesus é o filho do carpinteiro, Mc 6,3, por sua vez, diz que Ele é carpinteiro. De qualquer modo, viveu trabalhando ao lado do seu pai adotivo, servindo-o.


 


No contexto familiar, tem-se o sinal do final de sua missão: não somente a família consanguínea, mas também a sociedade e a religião oficial desprezaram-no. Ele foi abandonado pelos seus, pelos que governavam e pelos membros líderes de Israel, jogado na cruz como se fosse uma desgraça. Muitos tinham dificuldade de vê-lo como profeta, justamente pelo fato da vida comum experimentada por Jesus durante seus trinta anos antes de iniciar a missão. Durante todo o seu crescimento, Jesus esteve ao lado de José, homem que oferece a toda Igreja lições importantíssimas como fé, amor e esperança. José era um homem todo voltado para o Deus de Israel, era um homem justo. Pelo fato mesmo de crer, abdicou de tudo para cuidar de Maria e de Jesus. Como vivia no amor, entregou-se como dom para os dois e para a humanidade; como homem de esperança, respondeu sim a Deus, a fim de que o projeto do Senhor fosse realizado para salvar a todos. Toda sua vida de trabalho será voltada para o bem maior de sua casa.


 


Jesus deixa a sinagoga, isto é, abandona sua participação na religião oficial, larga as multidões, e vai formar seus discípulos. Sua preocupação maior será com a preparação daqueles que deverão continuar sua missão na história, devendo ser homens e mulheres de fé, coragem, conhecedores da verdade, praticantes do amor, amantes da vida e cheios de esperança; devem ser aqueles que não medirão esforços para anunciar Jesus Cristo morto e ressuscitado; homens e mulheres que, mesmo pela limitação de sua humanidade, se esforçarão no entendimento e na proclamação de Jesus desde sua encarnação até sua segunda vinda. Quanto à encarnação do verbo, o texto de hoje é claro ao evidenciar a tremenda dificuldade de ver Jesus como sendo o enviado de Deus, o Filho presente na história, Deus mesmo agindo entre nós. Viam os milagres, mas eram incapazes de ultrapassar os limites do racional e descobrir no homem Jesus a presença de Deus.

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