CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

segunda-feira, 5 de agosto de 2024

Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor"

 


Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor" (Essa observação “como ovelhas sem pastor” pertence a Mc; Mt a antecipou para a introdução do sermão missionário: 9,36). Aquela multidão ali, diante de Jesus, representa não somente todo o Israel, mas também toda a humanidade. Por toda parte, a humanidade vive sem verdadeiros pastores tanto em âmbito político quanto religioso. Dos dois lados, no tempo de Jesus, a exploração dos mais fracos era gritante. A parte política, segundo sua milenar forma de criar dependentes, massacrando o povo com pesados impostos; e a parte religiosa, em vez de cuidar e curar as ovelhas, arrancavam sua lã em benefícios de exploradores religiosos no Templo, homens que colocavam fardos pesados nos ombros do povo e não eram capazes de tocar-lhes com um só dedo, diz Jesus. Homens capazes de pregarem os ensinamentos da Torah, mas incapazes de ajudar o ser humano necessitado. De fato, a multidão não tinha pastor. É Jesus o Pastor BELO, isto é, BOM, VERDADEIRO, único, que se compadece daquele povo, que veio ao seu encontro, assumindo suas dores, dando sua vida e resgatando-as do mal.


 


"Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas". A multidão, antes de tudo, tinha fome da verdade, do conhecimento de Deus, da Palavra da salvação. Jesus Cristo ensina não somente por saber do assunto, mas muito mais pelo amor, pela convicção, pela paixão total ao que diz, pelo fato de ser Ele mesmo a Palavra que salva e que conduz cada um à verdade de si mesmo, de Deus e do mundo. Jesus mostra-lhes o Reino, a importância de segui-lo, condição única de salvação, e a necessidade de se viver em comunhão, cuidando uns dos outros para o bem de todos. Em Si mesmo, Jesus Cristo é a doutrina do Pai, a qual, somente no Espírito Santo, é possível de ser entendida e vivida. Essa doutrina continua até hoje e o será para sempre ensinada na Igreja, Corpo de Cristo. Daí a importância de se conhecer bem o que a Igreja de Cristo ensina. Os ensinamentos dogmáticos são luz para a continuidade do cristão na Luz que é Cristo. O dogma é a verdade da revelação, colocado de modo definitivo pela Igreja para todos os cristãos, a fim de que todos possam alcançar a salvação realizada por Jesus, que é a Verdade, a Luz que ilumina o mundo, especialmente quando se vive no deserto e no pôr do sol da humanidade. Ao entardecer, num lugar deserto, manifesta-se a revelação e o poder de Deus, sinal de que, mesmo nos tempos difíceis atuais, abandonar-se em Deus, em seus ensinamentos é o melhor caminho, única segurança, pois somente em Deus o homem encontra repouso de verdade e alimento para sua fome. Além disso, a expressão “ao anoitecer” liga-se à Ceia do Senhor, e esta era certamente a intenção do evangelista ao se referir ao fim do dia.


 


Apresentado como profeta maior que Eliseu, que multiplicou 20 pães de cevada para alimentar 100 pessoas (2Rs 4,42-44), Jesus também é revelado como maior que Moisés pelo fato de ter superado o dom do maná no deserto (Ex 16ss). Jesus também está no deserto e tem compaixão de uma multidão faminta, que será alimentada pelo Novo Moisés. Segundo Mateus, o milagre da multiplicação dos pães aponta para a Ceia celebrada com os 12. Inclusive, na entrega dos pães, não cita os peixes, para que a comunidade entenda o que se pretendeu com tal milagre. Até mesmo os gestos são indicadores dos da Ceia: “toma os pães, levanta os olhos para os céus, agradece a Deus, parte os pães e os dá ao povo”, evidenciando o ritual eucarístico (Mt 26,26). Em seguida, dá o encargo da distribuição dos pães aos seus discípulos.


 

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