CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

sábado, 3 de agosto de 2024

É João Batista, que ressuscitou dos mortos; e, por isso, os poderes miraculosos atuam nele".


 Naquele tempo, a fama de Jesus chegou aos ouvidos do governador Herodes. 2 Ele disse a seus servidores: "É João Batista, que ressuscitou dos mortos; e, por isso, os poderes miraculosos atuam nele". 3 De fato, Herodes tinha mandado prender João, amarrá-lo e colocá-lo na prisão, por causa de Herodíades, a mulher de seu irmão Filipe. 4 Pois João tinha dito a Herodes: "Não te é permitido tê-la como esposa". 5 Herodes queria matar João, mas tinha medo do povo, que o considerava como profeta. 6Por ocasião do aniversário de Herodes, a filha de Herodíades dançou diante de todos, e agradou tanto a Herodes 7 que ele prometeu, com juramento, dar a ela tudo o que pedisse. 8 Instigada pela mãe, ela disse: "Dá-me aqui, num prato, a cabeça de João Batista". 9 O rei ficou triste, mas, por causa do juramento diante dos convidados, ordenou que atendessem o pedido dela. 10 E mandou cortar a cabeça de João, no cárcere. 11 Depois a cabeça foi trazida num prato, entregue à moça e esta a levou para a sua mãe. 12 Os discípulos de João foram buscar o corpo e o enterraram. Depois foram contar tudo a Jesus.


— Palavra da Salvação.



Reflexão



Na introdução do texto acima, Mt evidencia duas coisas que certamente estremecem o mundo de Herodes: João Batista, que foi degolado por ele, e o possível reavivamento, isto é, do retorno à vida do profeta. Em Mc 6,14 há um acréscimo no modo como se apresenta essa introdução: "João Batista foi ressuscitado dos mortos, e por isso os poderes operam através dele. Já outros diziam: "É Elias. E outros ainda: É um profeta como os outros profetas. Herodes, ouvindo essas coisas, dizia: É João, que eu mandei decapitar, que ressuscitou". Em Lc 9,7, Herodes manifesta um forte interesse em conhecer esse profeta "redivivo". Ao lado desses tópicos, encontra-se, claramente, a crença na ressurreição, algo próprio do pensamento farisaico. Com isso, Mt, Mc e Lc estão afirmando, antecipadamente, a futura ressurreição de Jesus Cristo, que aqui tem seu prelúdio.


 


João Batista não era amado por Herodes. Estava preso e acorrentado (na prisão de Maqueronte) porque era um perigo para o rei, pois não temia denunciá-lo pelo adultério, uma vez que Herodes mantinha um caso com Herodíades, mulher do seu irmão. Herodes, diz o texto, queria matá-lo. Apesar de ter prazer em escutar o profeta, manifesta também um grande interesse em destruí-lo, não o fazendo por medo. Em Mc, não é Herodes que quer matar o profeta, mas Herodíades. Em Mt, parece haver uma contradição entre o versículo 5 e o 9, porque enquanto se diz em Mt 14,5 que Herodes quer matar João, em Mt 14,9 diz que o rei ficou triste com o pedido da filha de Herodíades. Pode-se pensar, também, que realmente Herodes querida matar João Batista, mas não tinha ainda elaborado um plano que o livrasse da multidão seguidora do profeta. Então, ao declarar à sobrinha que lhe daria até a metade do reino, e já sabendo das intenções de sua amante, mulher de seu irmão, Filipe, sendo ele um assassino, máscara seu "zelo" pelo profeta com demonstração de tristeza, mas no fundo, era isso que gostaria que fosse feito.


 


O fato de prender e acorrentar o inocente já indica o desprazer para com ele. Mantê-lo preso é uma forma de afastá-lo da multidão sedenta da verdade e da justiça, coisas distantes do coração de Herodes. João não era o profeta "bonzinho" e "prazeroso" para Herodes, mas seu inimigo. O testemunho de sua vida era como uma espada de dois gumes contra o rei e seu governo. A presença de João era como que uma enorme pedra no caminho de Herodes e de todos os que dele se aproximavam, bem como de todos aqueles que continuavam mantendo o povo debaixo de pesados fardos e escravos de uma forma corrupta de governabilidade. A liberdade interior do profeta afetava o âmago dos dirigentes de Israel. Somente eliminando o justo, eles poderiam continuar mais tranquilamente, pois achavam que sua presença poderia trazer consequências trágicas, talvez até uma revolução contra Roma.


 


A morte de João Batista é prefiguração do futuro de Jesus. João é precursor do Mestre de Nazaré até com sua morte. Todo o seu ser esteve voltado para o Senhor de Israel e para a vivência da verdade e da justiça. Dono de uma tremenda liberdade interior, tornou-se sinal de todos aqueles que se colocarem a serviço da vontade do Pai, seguindo, sem medo, Jesus Cristo, a Verdade única.



Um forte e carinhoso abraço

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