CAMOCIM CEARÁ

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.(Mt.5)

quinta-feira, 15 de agosto de 2024

Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: "Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?" 22 Jesus respondeu: "Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.

 


Naquele tempo, 21 Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: "Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?" 22 Jesus respondeu: "Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. 23 Porque o Reino dos Céus é como um rei que resolveu acertar as contas com seus empregados. 24 Quando começou o acerto, trouxeram-lhe um que lhe devia uma enorme fortuna. 25 Como o empregado não tivesse com que pagar, o patrão mandou que fosse vendido como escravo, junto com a mulher e os filhos e tudo o que possuía, para que pagasse a dívida. 26 O empregado, porém, caiu aos pés do patrão, e, prostrado, suplicava: 'Dá-me um prazo! E eu te pagarei tudo'. 27 Diante disso, o patrão teve compaixão, soltou o empregado e perdoou-lhe a dívida. 28 Ao sair dali, aquele empregado encontrou um dos seus companheiros que lhe devia apenas cem moedas. Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: 'Paga o que me deves'. 29 O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava: 'Dá-me um prazo! E eu te pagarei'. 30 Mas o empregado não quis saber disso. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que devia. 31 Vendo o que havia acontecido, os outros empregados ficaram muito tristes, procuraram o patrão e lhe contaram tudo. 32 Então o patrão mandou chamá-lo e lhe disse: "Empregado perverso, eu te perdoei toda a tua dívida, porque tu me suplicaste. 33 Não devias tu também, ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?" 34 O patrão indignou-se e mandou entregar aquele empregado aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida. 35 É assim que o meu Pai que está nos céus fará convosco, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão". 19,1 Ao terminar estes discursos, Jesus deixou a Galileia e veio para o território da Judeia além do Jordão.

Deve-se perdoar 7 ou 70 x 7? Essa é uma expressão tirada de Gn 4,24: "Se Caim for vingado sete vezes, Lamec o será setenta e sete vezes". Quer-se afirmar infinitamente. Substituindo o verbo "vingar" por "perdoar", Jesus exige que o perdão seja dado para sempre. Sete é um número perfeito, mas limitado. Setenta vezes sete indica ação ilimitada. Não existe limite para se fazer o bem, para poder dar ao outro a possibilidade de uma vida nova. Jesus torna essa verdade ainda mais clara ao contar a parábola do devedor.

Um alto funcionário devia ao seu patrão uma enorme quantia equivalente a 10 mil talentos. Talento não é uma moeda, mas uma unidade de medida babilônica que valia 36 kg de ouro. Na época de Jesus, esse valor era um pouco mais elevado, chegando ao patamar de 58,9 kg. Portanto, em ouro, 10 mil talentos equivaliam a 589 toneladas de ouro. É verdadeiramente uma quantia absurda! E quem é esse funcionário? Trata-se de um Sátrapa, alto funcionário do rei que não tinha condições de se ver livre da dívida. Por lei, deveria ser vendido como escravo ele e sua família. Implorando ao rei, recebe deste o perdão da dívida. Duas coisas importantes aqui: primeiro, o empregado tinha contraído uma dívida impagável, que diz respeito ao pecado, que por sua vez, não tem como ser eliminado com a simples força humana, com a limitada vontade do homem. O pecado humilha o homem até o ponto de fazê-lo perder sua própria dignidade e sofrer a morte. Segundo, somente o patrão poderia resolver essa situação sem causar danos irreparáveis na vida daquele empregado. Ou seja, somente Deus pode libertar o homem, perdoar seus pecados e livrá-lo da morte. É justamente isso que o texto revela: um Deus que toma a iniciativa da libertação do pecador. O que para o homem é impossível, Deus torna possível segundo Seu amor e poder. Aqui não funciona a ideia de que com nossos esforços seremos salvos. Também não quer dizer que não haverá esforço de nossa parte, mas como resposta à atitude misericordiosa de Deus, que age a nosso favor, a fim de nos libertar e nos conduzir à comunhão com Ele.

O mesmo funcionário, uma vez livre, é colocado numa prova. Alguém lhe devia uma quantia bem inferior (100 denários, isto é, um terço do ganho anual) da que ele tinha para com o rei. Houve uma súplica por um tempo, mas ele não quis escutar, não deu atenção ao grito do seu devedor e, impiedosamente, jogou-o na prisão. Também aqui há duas coisas importantes: primeiro, esse funcionário está fazendo as vezes do rei, pois tem condição de conceder o perdão ou escravizar seu devedor. Segundo, o devedor faz as vezes do funcionário, isto é, do outro irmão pecador, limitado, escravo do pecado e andarilho nas estradas da morte. Nas duas situações, houve uma súplica de perdão; na primeira houve a eliminação da dívida; na segunda, prevaleceu o interesse pessoal. Na primeira, o rei concedeu a graça de uma vida nova; na segunda, o funcionário aprisionou o dom de Deus, sendo incapaz de compreender o mistério da misericórdia divina. A ação do rei, no primeiro caso, obriga ao perdoado passar toda sua vida perdoando, por se tratar de uma ação tão imensa de bondade que jamais será asseme

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